Após morte de cinegrafista, PM do Rio quer critério para cobertura jornalística

São Paulo – Um dia após a morte do cinegrafista Gelson Domingos, da TV Bandeirantes, o comandante da Polícia Militar do Rio de Janeiro, coronel Erir Ribeiro Costa Filho, afirmou […]

São Paulo – Um dia após a morte do cinegrafista Gelson Domingos, da TV Bandeirantes, o comandante da Polícia Militar do Rio de Janeiro, coronel Erir Ribeiro Costa Filho, afirmou que pretende criar um critério para coberturas jornalísticas de operações policiais em favelas. O oficial prometeu nesta segunda-feira (7) fazer a discussão junto com representações de trabalhadores de jornalistas e cinegrafistas para estabelecer limites à ação dos profissionais de mídia.

Domingos foi atingido por um disparo de fuzil no domingo (8), quando cobria uma operação do Batalhão de Choque após ocupação da favela Antares, na zona oeste do Rio de Janeiro. Um outro cinegrafista, a serviço da TV Globo, registrou imagens do colega caído. Ele usava um colete à prova de balas que se mostrou insuficiente para deter o disparo.

A presença da imprensa aconteceu depois de o Batalhão de Operações Especiais (Bope) ter ocupado a comunidade de Antares e considerar que a troca de tiros com membros do crime organizado tinha sido interrompida. O tiroteio, no entanto, recomeçou. O episódio despertou críticas de organizações de jornais e de sindicatos e associações de profissionais de mídia, que defendem condições de trabalho adequadas para esse tipo de ação.

“Vamos tentar reunir os sindicatos dos cinegrafistas, dos jornalistas, para conversar, para ter um critério de segurança”, disse Erir Ribeiro Costa Filho. “Quando um policial falar com um repórter: ‘daqui vocês não podem passar’, que eles entendam e, por segurança própria, obedeçam a orientação”, disse o comandante da PM. Nas imagens divulgadas pela TV Globo, porém, não fica clara qualquer recomendação sugerindo que Domingos ultrapassa alguma posição específica.

Segundo o comandante da PM, apesar de o Bope considerar completada a ocupação da favela, os criminosos se deslocam dentro da comunidade. “Nesse caso, infelizmente (eles se deslocaram), para onde estava o cinegrafista”, disse.

Ele negou que exista uma relação próxima entre a polícia e a imprensa que permita “convites” a cinegrafistas e fotógrafos para acompanhar operações em favelas. Costa Filho disse que os jornalistas acabam acompanhando os policiais por conta própria. “A imprensa nunca foi convidada, só que o repórter, principalmente quem cobre a área policial, é um ‘policial’. Infelizmente aconteceu isso (a morte) com esse nosso amigo”, afirmou.

Com informações da Agência Brasil