"Rebaixada"

Trabalhadores nos Correios fazem mobilização e rejeitam proposta da empresa

Empresa chegou a melhorar proposta de reajuste, ainda abaixo da inflação. Se negociação não evoluir pode haver greve

Tânia Rêgo/Agência Brasil
Tânia Rêgo/Agência Brasil
Alvo cobiçado por grandes empresas de logística, Correios será mantida pública e receberá investimentos para modernização, em vez de sucateada

São Paulo – Trabalhadores na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) fazem nesta quinta-feira (28) um dia nacional de protestos contra a postura da direção da companhia nas negociações referentes à campanha salarial. Estão previstos atos em locais de trabalho e mobilização na redes sociais com a hashtag #SeNãoNegociarosCorreiosVaoParar. Assim, caso a conversa não evolua, eles pretendem organizar uma greve, em data ainda não definida.

Assembleias dos sindicatos ligados à Fentect, federação nacional da categoria, estão rejeitando a proposta da ECT. Nesta quarta (27), à noite, o sindicato de São Paulo (vinculado à Findect, federação interestadual) promove assembleia, que também deve confirmar a reprovação.

Segundo o diretor da Fentet Emerson Marinho, a mobilização tem o objetivo de “advertir a empresa que não vamos aceitar essa política de proposta rebaixada, que sequer recompõe as perdas do período no acumulado de um ano”. Inicialmente, os Correios ofereceram o equivalente a 20% do IPCA. Assim, com a má repercussão, o índice subiu para 90% da inflação. A taxa acumulada em 12 meses, até julho (véspera da data-base), só sai em 9 de agosto.

Além disso, os sindicalistas afirmam que a ECT pretende retirar cláusulas sociais importantes. Isso em uma convenção coletiva que teve a maior parte das cláusulas retirada nos últimos anos. No ano passado, o reajuste fixado pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) ficou abaixo da inflação.