Impasse

Com negociação interrompida, trabalhadores nos Correios falam em greve a partir de setembro

Sindicalistas fizeram protesto diante da sede da ECT, em Brasília

Reprodução/Facebook
Reprodução/Facebook
Manifestação diante dos Correios: pela retomada das negociações

São Paulo – Trabalhadores na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) podem entrar em greve a partir de 1º de setembro, um mês depois da data-base, devido ao impasse nas negociações salariais. Representantes da categoria participaram de manifestação, na tarde desta terça-feira (23), diante da sede da estatal, em Brasília, também contra a tentativa de privatização dos Correios e do que os sindicalistas chamam de perseguições políticas internas.

Dessa forma, assembleias estão marcadas para o próximo dia 31, quando se decidirá, ou não, pela greve. Que poderá ser por tempo indeterminado, a depender do andamento das negociações. A Findect (federação interestadual da categoria) entrou com pedido de mediação no Tribunal Superior do Trabalho. As campanhas salariais dos últimos anos terminaram em dissídios coletivos julgados no TST.

“Teatro” da direção

Os representantes sindicais nunca se recusaram a negociar, afirmou durante a manifestação de hoje o diretor da Fentect (federação nacional) Emerson Marinho. Segundo ele, o que aconteceu até agora foi um “teatro” promovido pela assessoria do presidente dos Correios, o general da reserva Floriano Peixoto, ex-secretário-geral da Presidência da República. Além disso, o dirigente reiterou que os trabalhadores não aceitarão propostas que reduzam direitos e incluam reajuste abaixo da inflação.

Assim, a ECT iniciou a campanha oferecendo o equivalente a 20% da inflação, proposta que depois passou a 90%. Isso significaria um reajuste em torno de 9%. O IPCA acumulado em 12 meses, até julho, soma 10,07% E o INPC, 10,12%. No ano passado, o TST fixou reajuste de 9,75%, para um INPC de 9,85%.