Greve dos ferroviários

Greve dos ferroviários será julgada no TRT

Trabalhadores devem acatar decisão do Tribunal Regional do Trabalho, hoje (13), às 17h

Diário da CPTM

Segundo sindicato, os maquinistas aderiram à greve mas algumas linhas funcionaram parcialmente

São Paulo – A greve dos ferroviários de São Paulo, com início nesta quinta-feira (13), vai a julgamento no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), às 17h. Os trabalhadores realizaram assembleia informativa na Estação da Luz, região central da cidade, na tarde de hoje, com o apoio dos servidores de saúde, bancários e metroviários. Uma nova assembleia acontecerá após o julgamento, onde a decisão do TRT será repassada para a base.

O movimento paralisou total ou parcialmente quatro linhas da CPTM (8-Diamante, 9-Esmeralda, 11-Coral e 12- Safira), com a liderança de dois sindicatos: o dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de Transporte de Passageiros da Zona Sorocabana e o dos Ferroviários da Central do Brasil. Juntos, eles representam 65% dos trabalhadores da linha ferroviária.

De acordo com Fred Madureira Costa, diretor de base do Sindicato dos Ferroviários da Central do Brasil, desde o início das negociações foram realizadas seis reuniões, sendo cinco no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Em nenhuma delas a CPTM apresentou estudo para o Plano de Cargos Carreiras e Salários (PCCS), uma das principais reivindicações da categoria. “A empresa nos informou que existe um PCCS, mas nós não podemos aceitar uma proposta que nunca vimos.”, afirma.

Os ferroviários também pedem a equiparação com o vale-alimentação dos funcionários do Metrô, no valor de R$ 200. Atualmente os ferroviários recebem uma cesta básica de R$ 76, adicional de risco de vida de 30% ao pessoal que trabalha em estações e Participação no Programa de Resultados (PPR) de R$ 3.300, sem desconto de assiduidade. O reajuste salarial reivindicado é de 6,77% (equivalente à inflação do período), mais 5% de aumento real, a CPTM propõe 8,56%.

O representante do Sindicato dos Ferroviários da Central do Brasil informou que 100% dos maquinistas aderiram à paralisação nesta manhã, mas algumas linhas funcionaram parcialmente, sendo operadas pelos supervisores, convocados pela CPTM, em um contingente emergencial.

Na audiência de ontem, o TRT determinou que os funcionários devem manter 100% da operação nos horários de pico, entre 6h e 9h e das 16h às 19h. Do contrário, os sindicatos poderão ser responsabilizados civil e penalmente e terão de pagar multa diária de R$ 100 mil. Em nota, a CPTM informa que acionará a Justiça, pelo não cumprimento à decisão. A nota foi reforçada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB).

“O Governo do Estado e a CPTM já estão recorrendo à Justiça do Trabalho para se buscar uma solução antes mesmo do fim da tarde, para não prejudicar a volta do trabalhador”, disse ele, segundo o portal de notícias do governo do estado.

O sindicalista, porém, afirma que o movimento está seguindo as exigências legais. “Estamos conscientes de que seguimos, desde o princípio, todos os trâmites legais, encaminhamos carta à população, informamos à imprensa. Agora vamos aguardar essa decisão ir para julgamento”, afirma Costa.