Motoristas de ônibus de São Paulo podem parar nesta terça. Reunião no TRT termina sem acordo
Empresas aceitaram pagar o índice reivindicado, mas apenas em outubro. “Inadmissível”, afirma sindicato
Publicado 13/06/2022 - 19h38
São Paulo – Sem acordo após audiência no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2), os motoristas e cobradores de ônibus do município de São Paulo devem entrar em greve nesta terça-feira (14). Os representantes dos trabalhadores não aceitaram nova proposta de reajuste apresentada pelas empresas. O TRT marcou julgamento do dissídio coletivo para quarta-feira (15) à tarde.
Durante audiência de conciliação nesta segunda (13), mediada pelo desembargador Davi Furtado Meirelles, do TRT-2, a proposta das empresas passou de 10% para 12,47%. É o índice reivindicado pelos trabalhadores, correspondente à variação acumulada do INPC até abril, véspera da data-base. Mas esse reajuste, querem as empresas, seria pago apenas em outubro, e não retroativo a maio. As cláusulas sociais seriam mantidas.
Liminar do tribunal
“A princípio o setor patronal insistiu em oferecer apenas 10% de reajuste e ainda de modo parcelado. Agora, ofereceram os 12,47%, mas apenas a partir de outubro, o que é inadmissível”, afirmou o presidente em exercício do sindicato dos motoristas e cobradores de São Paulo (Sindmotoristas), Valmir Santana da Paz, o Sorriso. “Sem o merecido reconhecimento, motoristas, cobradores e profissionais da manutenção cruzarão os braços nesta terça”, acrescentou.
O tribunal já deu liminar ao poder público determinando garantia da circulação de 80% do efetivo nos horários de pico (das 6h às 9h e das 16h às 19h) e de 60% nos demais períodos. Em caso de descumprimento, foi fixada multa diária de R$ 50 mil.
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