Precário

Infoproletários: seminário debate situação dos empregos após ‘reforma’ trabalhista

Em evento no Sindicato dos Bancários de São Paulo, especialistas destacam necessidade de organização coletiva para driblar precarização dos direitos

Marcello Casal Jr./EBC
Marcello Casal Jr./EBC
São chamados de infoproletários profissionais que têm trabalho mediado pela tecnologia, como motoristas por aplicativos, mas sem qualquer direito trabalhista

São Paulo – A “reforma” trabalhista, marca do governo Temer, fez emergir um novo perfil profissional, que estudiosos do mundo do trabalho estão chamando de “infoproletários”. Nesta nova categoria estão motoristas e motoboys por aplicativos, operadores de telemarketing e alguns setores bancários, entre outros.  Criados a partir da perda de direitos, o cotidiano desses trabalhadores mostra a face precária do empreendedorismo, como ressaltam especialistas,  em seminário realizado nesta segunda-feira (1º) em São Paulo.

Promovido pelo Sindicato dos Bancários  de São Paulo, o evento debateu a informalidade imposta a esses profissionais. À repórter Martha Raquel, do Seu Jornal, da TVT, a socióloga especialista na questão trabalhista Lucia Praun explica que o surgimento dos “infoproletários” resulta do desenvolvimento das tecnologias associado ao que considera como um profundo processo de precarização. “Contratos extremamente flexíveis, baixos salários, péssimas condições de trabalho, é a degradação dos direitos”, afirma Lucia.

Como exemplo do avanço da informalidade, causada pela “reforma” trabalhista, a presidenta do Sindicato dos Bancários, Ivone Silva, cita os motoristas de carros por aplicativos. De acordo com Ivone, é preciso que esses trabalhadores entendam seu papel na sociedade para que possam se organizar contra a precarização. “Você tem que trabalhar muitas vezes, de 18 a 20 horas por dia, para garantir o mínimo de sustento à sua família. E toda a manutenção do seu carro é você que faz, (os custos do) combustível, tudo é seu. E você nem pode negociar direto com o cliente o valor e, muitas vezes, a tarifa é mínima e você ainda dá uma parte disso para o aplicativo”, analisa a dirigente.

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