São Paulo – A ministra da Saúde, Nísia Trindade, disse que o governo editará “em breve” medida provisória (MP) para custear o piso nacional da enfermagem. A lei que estabelece o piso foi sancionada em agosto do ano passado, após pressão da categoria. Agora, o governo corre para conseguir os recursos necessários. Para isso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve editar uma MP sobre o tema.

“Faltam alguns ajustes”, disse a ministra. O piso está fixado de acordo com a lei, em R$ 4.750. A proposta original é de autoria do deputado federal Mauro Filho (PDT-CE), e contou com engajamento e articulação do senador Fabiano Contarato (PT-ES). “Faltavam alguns ajustes que dizem respeito principalmente à repartição dos recursos que precisam ser mobilizados para dar conta desse piso em nível nacional, com alguns fatores de correção de desigualdades em função do PIB de estados e municípios e carências relacionados a essas situações econômicas”, explicou Nísia.

O governo abriu um grupo de trabalho para discutir a efetividade do piso. Participam os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento), Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais), além de Nísia.

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Mobilização

Além dos enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem também são beneficiados com a medida. Por esta razão, a categoria realizou manifestação conjunta nesta sexta-feira (10) no Rio de Janeiro. De acordo com o Sindicato dos Técnicos e Auxiliares de Enfermagem, 3 mil pessoas marcharam pela capital da cidade. De acordo com a classe do estado, 70% dos profissionais das redes pública e privada estão em greve. Já a Secretaria Estadual de Saúde informou que nenhuma unidade foi afetada.

“A realidade da nossa categoria é dura. Estão pagando abaixo o piso regional, o último piso foi R$ 1.665, mas desde 2019 estamos abaixo do piso. Por isso essa luta, essa greve, para valorizar a nossa categoria”, disse a presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem, Miriam Lopes.