Absurdo

Uerj pagou R$ 24 mil a ex-PM condenado no caso Amarildo

Ex-PM nega ter prestado serviços à universidade, que abriu sindicância para apurar o caso. Deputada Talíria Petrone (Psol-RJ) classificou o caso como “inaceitável”

Arquivo/Agência Brasil
Arquivo/Agência Brasil
Ex-PM recebeu pagamentos da Uerj enquanto ainda cumpria pena no caso Amarildo

São Paulo – A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) pagou R$ 24 mil ao ex-policial militar Jorge Luiz Gonçalves Coelho, um dos 13 condenados pelo caso de tortura e morte do pedreiro Amarildo de Souza, em 2013 na Rocinha. Ele foi contratado como bolsista do projeto de pesquisa ECO (Escola Criativa e de Oportunidades), de julho a outubro de 2022. Ele recebia R$ 6.000 mensais em “folhas de pagamento secretas”. O portal Uol publicou as informações nesta quarta-feira (21).

A reportagem aponta que, no período em que recebeu dinheiro da universidade, Coelho ainda cumpria pena em regime aberto, concluída neste ano. Ele havia sido condenado a uma sentença de dez anos de prisão.

Por WhatsApp, o ex-PM negou que prestou serviços à UERJ e disse que desconhecia o pagamento de R$ 24 mil. Ele afirmou que iria até a universidade para investigar a razão de seu nome aparecer nas folhas de pagamento.

No mês passado, o Uol revelou que o projeto ECO serviu para remunerar ilegalmente cabos eleitorais e aliados do PL, partido do governador Cláudio Castro e de Jair Bolsonaro. O esquema também teria beneficiado candidatos de partidos de esquerda, de acordo com o portal.

Sindicância

Em resposta, a Uerj afirmou à reportagem que abriu uma sindicância com o intuito de apurar o caso. No entanto, não respondeu às perguntas sobre quais serviços Coelho teria prestado. Do mesmo modo, também não esclareceu quem foi o responsável pela contratação do ex-PM condenado. A Secretaria Estadual de Educação, que é responsável pelo repasse dos recursos para a realização do projeto, declarou que acompanhará a sindicância realizada pela universidade.

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) também investiga as denúncias, nos âmbitos eleitoral, cível e criminal. Nesse sentido, a deputada federal Talíria Petrone (Psol-RJ), cobrou empenho nas investigações. Além disso, ela classificou o envolvimento de um condenado pela tortura e morte de Amarildo como “inaceitável”.