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TRE do Paraná confirma decisão contra o pedido de cassação de Moro

Cinco desembargadores foram contra a cassação e apenas dois a favor. Partidos que pediam a inelegibilidade do ex-juiz deverão recorrer ao TSE

Reprodução/YouTube
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Quarta e última sessão de julgamento sobre Moro: posições divergentes sobre volume e perfil dos gastos de campanha

São Paulo – O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PR) confirmou sua posição contra as duas ações que pediam a cassação do senador Sergio Moro (União Brasil). O resultado já estava decidido quando votou o último desembargador, o presidente da Corte, Sigurd Roberto Bengtsson. E terminou 5 a 2 a favor do ex-juiz.

A sessão desta terça-feira (9) foi a quarta e última para discutir as ações. Ontem (8), o TRE-PR havia contado mais dois votos contra a cassação, até o julgamento ser novamente suspenso.

O desembargador Julio Jacob Junior, que na véspera havia pedido vista, somou-se à divergência aberta por José Rodrigo Sade e votou a favor da cassação e de inelegibilidade. A essa altura, o placar mostrava três votos contra a cassação do senador e dois a favor. No primeiro dia de julgamento, o relator das ações, Luciano Carrasco Falavinha Souza, manifestou-se contra o pedido de cassação.

Assim, para Jacob Junior, a pré-campanha de Moro mostrava “uma série de gastos que estão muito longe de qualquer um que possa ser chamado de candidato médio”. Citou a presença de “uma equipe de segurança nunca antes vista”, além de despesas com táxi aéreo e equipe de gravação.

Para o juiz, a estratégia do então pré-candidato buscava uma espécie de recuperação da imagem, após ter tido domicílio eleitoral negado em São Paulo. “O pré-candidato Sergio Moro se entendia suficientemente conhecido dentro do estado do Paraná para pleitear qualquer cargo. Que razão havia de promover uso indistinto de recursos públicos para rodar o Paraná, senão para se reaproximar de seu eleitorado, que se via de certa forma traído?”, questionou, durante a leitura do voto.

Desembargador considerou que gastos foram muito acima da média e apontou estratégia de recuperação da imagem (Foto: Reprodução/YouTube)

Quase no final, após mais de duas horas e meia, ele afirmou que Moro “é o cidadão que mais gastou dinheiro” na campanha para o Senado. Mesmo tendo se limitado aos gastos no Paraná, “por uma questão de territorialidade”, o desembargador considerou que o candidato gastou “recursos públicos de alta monta”.

Depois de meia hora de intervalo, às 17h30 a sessão foi retomada com o desembargador Anderson Ricardo Fogaça, que concluiu outro longo voto, acompanhando o relator. O presidente do tribunal, Sigurd Roberto Bengtsson, que a princípio iria se manifestar apenas em caso de empate, também leu o seu voto, definindo o placar.


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