Testemunha de Demóstenes falta a depoimento no Conselho de Ética

Processo contra o senador poderá ocorrer sem depoimentos de testemunhas de defesa. Carlinhos Cachoeira, que também foi apresentado, não é obrigado a comparecer

Brasília – O depoimento do advogado Ruy Cruvinel no Conselho de Ética do Senado, que ocorreria hoje (22) pela manhã, foi desmarcado. Ele é testemunha de defesa no processo de quebra de decoro parlamentar contra o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). O advogado alegou motivos pessoais para não comparecer à sessão. A alegação de Ruy Cruvinel foi recebida na noite de ontem (21), pela Secretaria do Conselho de Ética. Diante da ausência da testemunha, o órgão vai analisar requerimentos na sessão de hoje.

Com a ausência do advogado, o processo contra o senador Demóstenes Torres (sem partido – GO) por quebra de decoro parlamentar poderá ocorrer sem depoimentos de testemunhas de defesa.

O advogado de Demóstenes, Antônio Carlos de Almeida Castro, disse que a outra testemunha apresentada por ele – o bicheiro goiano Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira – provavelmente não deve comparecer ao depoimento de quarta-feira (23) no conselho. 

“Ele é obrigado a vir ao depoimento à [comissão parlamentar mista de inquérido] CPMI, mas não precisa comparecer ao Conselho de Ética, e a informação que tenho é que ele pode não comparecer. Vou conversar hoje com o senador Demóstenes para ver se apresentamos outras testemunhas”, disse o advogado do parlamentar. “Caso contrário, teremos só o depoimento do próprio Demóstenes”, disse Almeida Castro. 

O Conselho de Ética quer decidir a situação do senador Demóstenes antes do recesso parlamentar, marcado para iniciar em 17 de julho. Valadares disse que, mesmo com a ausência da testemunha, o conselho não mudará o prazo estipulado para a oitiva das testemunhas. Segundo ele, o último dia marcado para depoimentos será 28 de maio, quando o colegiado pretende ouvir o senador Demóstenes Torres.

O relator, senador Humberto Costa (PT-PE), quer concluir seu parecer e o submeter à apreciação do conselho até o final deste mês. Aprovado pelo colegiado, o parecer segue para o plenário do Senado que vai decidir qual pena será aplicada a Demóstenes. A perda do mandato, uma das sanções previstas, deve ser votada de forma secreta, pelos senadores.