STF vai julgar presencialmente recurso da CPI da Covid contra Bolsonaro
Ministra Cármen Lúcia interrompeu julgamento virtual de recurso contra arquivamento das denúncias apresentadas pela CPI. Agora, ministros terão que debater se abrem ou não investigação contra Bolsonaro
Publicado 09/05/2023 - 17h29
São Paulo – O Supremo Tribunal Federal (STF) vai julgar presencialmente um recurso do Senado contra o arquivamento de dois pedidos de investigação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O julgamento vinha ocorrendo no plenário virtual. No entanto, nesta segunda-feira (8), a ministra Cármen Lúcia fez um pedido de destaque para remeter o caso ao plenário físico da Corte, com debate entre os ministros. O STF ainda vai marcar a data do julgamento.
Num dos pedidos, os senadores da CPI da Covid querem investigação do ex-presidente pelo crime de “infração de medida sanitária preventiva”, por não utilizar máscara durante a emergência sanitária. No outro, Bolsonaro e aliados – entre eles os ex-ministros Walter Braga Netto (Casa Civil e Defesa), Eduardo Pazuello (Saúde) e Marcelo Queiroga (Saúde) – devem responder por “crime de epidemia com resultado em morte”.
‘Sem anistia’: senadores querem punição de Bolsonaro por crimes na pandemia
Em julho do ano passado, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu o arquivamento dessas e de outras ações propostas pela CPI, alegando falta de provas. Em março deste ano, o ministro Dias Toffoli acolheu a posição da PGR, determinando o arquivamento do processo. Posteriormente, os senadores da CPI recorreram da decisão do ministro.
Até a paralisação, o placar no plenário virtual estava em 3 a 0 para rejeitar o recurso. Relator do processo, Toffoli alegou que cabe exclusivamente à PGR processar junto ao STF supostas práticas criminosas de Bolsonaro. Edson Fachin e André Mendonça acompanharam o voto do relator. O julgamento, no entanto, será reiniciado. Assim, os ministros deverão apresentar novamente os seus posicionamentos.
Pelas redes sociais, o vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) comentou a decisão do STF. Nesse sentido, ele destacou que Bolsonaro pode ser condenado a até 15 anos de prisão pelos crimes identificados pela comissão que constam no recurso.
🚨 ATENÇÃO! Ministra Cármen Lúcia pede plenário presencial para julgar nosso agravo à decisão sobre arquivamento dos principais crimes imputados a Bolsonaro pela CPI da Pandemia. Somados, os crimes de epidemia e infração de medida sanitária podem levar de 10 a 15 anos de reclusão
— Randolfe Rodrigues (@randolfeap) May 9, 2023