São Paulo – A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou ao Supremo Tribunal Federal (STF), ontem (18), mais cinco bolsonaristas que atuaram no golpe fracassado do dia 8. Quatro delas foram presas em flagrante, enquanto praticavam atos de vandalismo e depredação na sede do STF. O quinto denunciado foi identificado por meio de vídeo publicado nas redes sociais. Ele aparece erguendo um exemplar da Constituição que ficava no plenário da Suprema Corte e que foi roubado pelos invasores.

“Como quatro dos cinco denunciados foram detidos dentro da sede do STF, no momento em que os atos de vandalismo ainda eram praticados, a individualização da conduta de cada um e a coleta das provas foram agilizadas, possibilitando a apresentação das primeiras denúncias apenas cinco dias após os ataques”, informou o MPF, em nota.

Os denunciados responderão pelos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Quem assina as denúncias é o subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos.

Os presos em flagrante foram ouvidos em audiência de custódia, e tiveram as prisões em flagrante convertidas em prisão preventiva, sem prazo para terminar. Assim, se o STF acatar as denúncias, todos os cinco passarão da condição de investigados a réus.

Em andamento

Além disso, o MPF informa que as investigações prosseguem. Dessa maneira, os cinco ainda podem vir a ser denunciados por outros crimes – como organização criminosa, terrorismo e agressão a policiais e jornalistas.

Na última segunda-feira (16), a PGR denunciou os primeiros 39 investigados, pedindo a prisão preventiva dos envolvidos. Na semana passada, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, devolveu o exemplar da Constituição para as mãos da ministra Rosa Weber, presidenta do Supremo. Um homem, que participou da invasão, entregou à Polícia Federal o item roubado.