Reunião com centrais

Imposto de Renda: Lula afirma que correção da tabela vai sair, mas é preciso pressão social

É preciso “pôr o pobre no orçamento e o rico no imposto”, disse o presidente. “Quem paga de verdade é quem tem holerite”

Reprodução/YouTube
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Presidente aos sindicalistas: sistema é injusto, quem ganha menos paga mais. Para mudar, é preciso 'convencimento' no Congresso

São Paulo – Entre os vários temas do encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com sindicalistas, nesta quarta-feira (18), no Palácio do Planalto, um dos mas aguardados era relativo ao Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). A falta de correção da tabela do IR desde 2015 fez com que mais trabalhadores passassem a pagar, aumentando uma situação que já era de injustiça, como disse o próprio Lula na reunião: quem ganha menos paga proporcionalmente mais.

“Neste país, quem paga imposto de renda de verdade é quem tem holerite”, afirmou o presidente. Com acréscimo a uma fala habitual, ele disse que é preciso colocar o pobre no orçamento e o risco no imposto de renda. “Mas para isso é preciso que haja briga e pressão.”

“É necessário muito convencimento no Congresso, muita organização na sociedade. A gente não ganha isso se não houver mobilização.”

Promessa descumprida

O objetivo é elevar a faixa de isenção de modo que quem receba até R$ 5 mil por mês fique isento. Algo em torno de 3,8 salários mínimos, pelo valor atual. A falta de correção da tabela do IR fez com que essa faixa, hoje, ficasse bem menor. Quem recebe 1,5 mínimo já paga imposto. Um legado do ex-presidente. Que, por sinal, ainda durante a campanha de 2018 havia prometido mexer na tabela.

Escalado para falar sobre o tem em nome das entidades, hoje, o presidente da Nova Central, Moacyr Tesch, lembrou que a tabela não é corrigida há sete anos. Ou seja, desde o governo Dilma. “O que nos acarreta uma diferença de 148% ao longo desse tempo”, acrescentou. Ele também defendeu uma reforma tributária “solidária”, voltada para quem ganha mais e taxando as grandes fortunas.   

Assim, segundo a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco), se a tabela fosse corrigida de uma vez em 148,1%, isentaria neste ano 27,4 milhões de contribuintes. Seriam 19 milhões a mais do que atualmente.


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