Alvos bolsonaristas

PF identifica líderes e financiadores de acampamento e bloqueio golpistas no Ceará 

Polícia Federal apura crimes como acampamento no Comando Militar e bloqueio da BR-116 em Fortaleza após derrotas de bolsonaristas nas eleições

PRF/Divulgação
PRF/Divulgação
Além do acampamento golpista, os bolsonaristas realizaram também bloqueios na BR-116, entre 31 de outubro e 2 de novembro, e chegaram a provocar um incêndio na rodovia

São Paulo – A Polícia Federal cumpre, desde o início da manhã desta quinta-feira (30), 32 mandados de busca e apreensão em três estados, para apurar atos golpistas realizados no ano passado no Ceará. De acordo com a PF, a Operação Impávido Colosso, deflagrada hoje, identificou prováveis líderes, financiadores e organizadores que deram ainda apoio logístico a manifestações golpistas realizadas entre outubro e novembro de 2022. 

A corporação afirma que há indícios de crimes cometidos por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que, inconformados com a derrota eleitoral, montaram acampamento em frente ao Quartel do Exército da 10ª Região Militar, em Fortaleza. Os bolsonaristas ainda realizaram bloqueios na BR-116 para reivindicar intervenção militar contra a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), entre 31 de outubro e 2 de novembro, e chegaram a incendiar objetos na rodovia. 

Pelo menos 21 mandados são cumpridos em Fortaleza. Outros oito nos municípios de Maracanaú, Itaitinga, Caucaia, Pacajus, Tauá e Brejo Santo. Há ainda dois mandados de busca e apreensão em Imperatriz, no Maranhão, e um em Condor, no Rio Grande do Sul. A ação foi autorizada pela 12ª Vara da Justiça Federal do Ceará. O Ministério Público Federal (MPF) também atua, junto com 140 policiais federais. 

Documentos mostram fluxo financeiro

De acordo com as autoridades, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Ceará reuniu documentos de contabilidade de acampamentos que organizavam atos golpistas. As listas indicam pagamentos de alimentação, transporte e recibos. A operação também encontrou notebooks, celulares e armamento sem registro.

A PF destaca que as condutas dos investigados podem configurar o cometimento dos crimes de associação criminosa e incitação das Forças Armadas contra os poderes institucionais. Para esses casos, a pena prevista pode chegar a até três anos de prisão. 

As investigações desta quinta também têm como objetivo delimitar a autoria dos crimes, a partir do material apreendido e do fluxo financeiro dos suspeitos. Por volta das 10h, a Polícia Federal divulgou a prisão de um homem na operação. Ele foi preso em flagrante por porte de arma e 16 munições sem a devida autorização. O homem, contudo, acabou sendo liberado mediante pagamento de fiança.