São Paulo – Até a tarde desta quinta-feira (29), a Operação Nero, deflagrada nesta quinta-feira (29) pela Polícia Federal (PF) prendeu quatro envolvidos em atos terroristas ou incentivo a atividades contra o Estado de Direito, a eleição e a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No total, foram 11 os mandados de prisão expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. A operação está sendo cumprida em conjunto com as polícias civis dos estados. Em entrevista coletiva, representantes da PF e da Polícia Civil do Distrito Federal informaram que foram identificados 40 envolvidos nos distúrbios do dia 12.

Segundo os policiais, há cerca de 150 horas de filmagens por câmeras de segurança que indicam “provas robustas” da participação dos identificados nos atos terroristas. “Quase a totalidade” deles frequentava o acampamento golpista de “patriotas” em frente ao Quartel-General (QG) do Exército em Brasília. “Inclusive, postam foto em rede social no QG”, afirmou o delegado da Polícia Federal Cléo Mazotti.

Os quatro suspeitos presos são Joel Pires Santana (em Rondônia), Klio Damião Hirano (no DF), Átilla Reginaldo Franco de Melo (no RJ) e Samuel Barbosa Cavalcante, ex-candidato a deputado estadual por Rondônia pelo PL, partido de Jair Bolsonaro. Klio Hirano foi candidata a prefeita de Tupã, no interior de São Paulo, em 2020.

Segurança no dia 1°

Em outra coletiva, membros do Governo do Distrito Federal (GDF), da PF, da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e outros órgãos falaram sobre o esquema montado para a segurança no dia da posse do presidente e do vice eleitos, Lula e Geraldo Alckmin. Gustavo Rocha, secretário da Casa Civil do Distrito Federal e ex-ministro dos Direitos Humanos do governo Michel Temer, foi questionado sobre o porquê da demora da dissolução do acampamento golpista na porta do QG do Exército. Pela manhã, forças policiais do DF iniciaram uma operação para desmontar o acampamento de fanáticos que abriga terroristas, mas recuaram.

E o Exército?

Segundo Rocha, o governo distrital trata da questão “diariamente” com o Exército, que “vem, dentro de suas possibilidades, se empenhando pra promover a desocupação”. O secretário acrescentou que a operação desta manhã foi abortada porque “o Exército entendeu que conseguiriam fazer isso sem a necessidade da operação (do GDF)”.

“Por isso a operação foi suspensa pela manhã. Estamos aguardando a ação do Exército ainda no decorrer do dia de hoje”, disse o secretário. Está prevista para esta sexta-feira (30), a posse do novo comandante do Exército, o general Júlio César de Arruda, indicado por Lula.

Varredura

A área mais sensível de Brasília no dia da posse passará por uma varredura antes do dia 1°. Amanhã será ponto facultativo no DF e a Esplanada dos Ministérios será fechada, por solicitação da Secretaria de Segurança distrital e do governo de transição, para haver condições de fazer a varredura, que envolverá as áreas da Esplanada, do Supremo e do Congresso, além dos palácios do Planalto e Itamaraty.

De acordo com o secretário de Segurança Pública do DF, Júlio Danilo, a segurança está sendo organizada por “uma célula de inteligência que possui membros de vários órgãos”. Segundo ele, no dia da posse, não serão permitidos protestos na área central de Brasília. “Quem quiser se manifestar de outra forma será destinada área afastada do centro, para que não tenha conflito ou incitação a conflito”, explicou.

Até 30 mil na Praça

A PRF fará o monitoramento das caravanas e automóveis  que chegarem à capital. Haverá a limitação de 30 mil pessoas cuja entrada será permitida na Praça dos Três Poderes por questão de segurança. A entrada no local deve ser permitida até as 12h30, mas o controle de acesso pode ser fechado antes desse horário por questões de segurança.