golpismo

PF faz operação contra senador Marcos do Val

Senador é investigado por tentar atrapalhar as apurações sobre a tentativa de golpe em 8 de janeiro e por divulgar documentos sigilosos

Pedro França/Agência Senado
Pedro França/Agência Senado
Marcos do Val está no Espirito Santo e ainda não se manifestou sobre a operação da PF

São Paulo – A Polícia Federal (PF) cumpre na tarde desta quinta-feira (15) mandados de busca e apreensão em endereços do senador Marcos do Val (Podemos-ES). A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

As buscas ocorrem no apartamento funcional ocupado pelo senador em Brasília, no gabinete dele no Senado e, ainda, em pelo menos um endereço no Espírito Santo. De acordo com o portal Metrópoles, a PF chegou a pedir o afastamento do parlamentar, mas Moraes teria negado. Além das buscas, há ordem para bloqueio de redes sociais do senador.

Os investigadores solicitaram a operação contra ele após identificarem tentativas de atrapalhar as apurações sobre os atos golpistas do dia 8 de janeiro. Eles também apuram suspeita da prática dos crimes de falso testemunho, denunciação caluniosa e coação. Além disso, o senador teria inclusive divulgado informações sigilosas que podem causar prejuízo a outras pessoas.

Deputados da base do governo repercutiram as ações da PF contra do Val:

Golpismo

Marcos do Val é um dos integrantes da CPMI do Golpe. Assim, durante as sessões da comissão, ele alega ter supostas informações confidenciais que atestariam a omissão do governo Lula na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes.

Dado o seu histórico, no entanto, o mundo político encara suas declarações como bravatas. Meses atrás ele chegou a publicar, nas redes sociais, uma foto de um calendário da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) como se fosse um dossiê que incriminaria o governo. “Neste relatório, cai o ministro da Justiça e cai o presidente Lula!”, escreveu.

Em fevereiro, Moraes abriu investigação para apurar as declarações do senador de que teria recebido uma proposta para participar de um golpe de Estado. Na ocasião, do Val disse que participou de uma reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-deputado Daniel Silveira. A “Operação Tabajara”, conforme classificou o próprio ministro, tinha o objetivo de grampeá-lo, e depois prendê-lo, como forma de invalidar o resultado das eleições presidenciais.