trama golpista

Silvinei Vasques, ex-diretor bolsonarista da PRF, será primeiro a depor na CPI dos atos golpistas

Segundo depoente na comissão mista que apura ataques a Brasília será George Washington, condenado a mais de 9 anos por envolvimento na tentativa de atentado a bomba no Aeroporto

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Silvinei Vasques (à esq.), ao lado do então chefe Anderson Torres, comandava a PRF no dia 30 de outubro de 2022

São Paulo – O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques será o primeiro convocado para depor na CPI mista dos atos golpistas. O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) comparecerá à comissão no dia 20 de junho. A informação foi passada à GloboNews pela relatora da comissão, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA). O ex-chefe da corporação é bolsonarista e comandava a PRF no dia 30 de outubro, data do segundo turno da eleição presidencial.

Naquele dia, a corporação realizou operações de bloqueio de estradas nos estados das regiões do Norte e Nordeste, onde o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) havia vencido no primeiro turno contra Jair Bolsonaro (PL). O contingente dos agentes para essas operações foi aumentado para padrões anormais, inclusive com aqueles que deveriam estar de folga.

As investigações chegaram à Polícia Federal e mostram uma rede de conspiração golpista envolvendo Silvinei e o ex-ministo da Justiça de Bolsonaro Anderson Torres. Para analistas da área jurídica, a participação de Torres em toda a trama aponta para o Palácio do Planalto.

Terrorista condenado irá à CPI

A senadora informou também que na sessão do dia 22 de junho, a seguinte, os parlamentares irão interrogar George Washington de Oliveira Sousa, envolvido na tentativa de explosão de uma bomba no Aeroporto de Brasília, que seria detonada no dia 24 de dezembro. Ele já foi condenado a 9 anos e 4 meses de prisão.

No mesmo dia 22 será ouvido o perito da Polícia Civil do Distrito Federal Valdir Pires Dantas Filho, que trabalhou na investigação da tentativa desse atentado. Apesar de esse não ser um episódio do dia 8, os senadores acreditam que os ataques a Brasília no dia 12 de dezembro e também a tentativa de explodir a bomba no dia 24 foram articulados pelas mesmas lideranças. Algumas das quais acampadas no QG do Exército em Brasília.

Ontem, a CPMI aprovou a convocação de vários ex-integrantes do governo Bolsonaro, entre eles o próprio Anderson Torres, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid e os generais Braga Netto e Augusto Heleno.

Confira alguns dos convocados pela CPI dos atos golpistas

  • Anderson Torres, ex-secretário de Segurança Pública do DF e ex-ministro da Justiça;
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro;
  • Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice-presidente;
  • Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do GSI;
  • Gonçalves Dias, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
  • Elcio Franco, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde;
  • Fábio Augusto Vieira, ex-comandante da Polícia Militar do DF;
  • Jorge Naime, ex-comandante de Operações Polícia Militar do DF;
  • Saulo Moura da Cunha, ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
  • Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF);
  • Robson Cândido, delegado-geral da Polícia Civil do DF;
  • George Washington de Oliveira Sousa, Alan Diego dos Santos e Wellington Macedo de Souza, suspeitos de tentar explodir um caminhão-tanque no Aeroporto de Brasília.