Disparate

Auditor que tentou liberar joias para Bolsonaro é exonerado da Receita

Julio César Vieira Gomes ganhou destaque quando veio à tona que ele, pessoalmente, tentou liberar as joias sauditas dadas ilegalmente a Bolsonaro

Agência Brasil/Divulgação
Agência Brasil/Divulgação
Bolsonaro está diretamente relacionado no escândalo das joias sauditas, que entraram no país sem ser declaradas

São Paulo – O atual comando da Receita Federal decidiu acatar o pedido de exoneração definitiva do auditor Julio César Vieira Gomes. Ele chefiou o órgão durante o governo de Jair Bolsonaro. Julio César ganhou destaque quando veio à tona que ele, pessoalmente, tentou liberar as joias sauditas dadas ilegalmente a Bolsonaro. A Receita apreendeu as joias na aduana do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.

A exoneração do auditor contou com assinatura do atual secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas. Então, o órgão publicou nesta data a decisão no Diário Oficial da União. Julio César havia tentado renunciar à Receita em abril, quando surgiram reportagens sobre o escândalo das joias. Na época, a exoneração chegou sair no Diário Oficial da União.

No entanto, horas após a demissão ter sido divulgada pela imprensa, o atual chefe da Receita revogou a medida. O argumento era de que Julio César só poderia ser exonerado após a conclusão da investigação sobre seu envolvimento no caso das joias. Segundo portaria publicada no Diário Oficial da União, a exoneração de Julio César passa a valer a partir de 25 de maio.

Joias de Bolsonaro

Bolsonaro está diretamente relacionado no escândalo das joias sauditas. À época, a receita encontrou uma pessoa ligada ao presidente com joias escondidas dentro de uma estatueta em uma mochila. O conjunto de itens continha colar, anel, relógio e brincos – cravados em diamantes – que tinham como suposta destinatária a ex-primeira-dama Michele Bolsonaro. O ex-presidente não declarou os itens que, por natureza jurídica, deveriam pertencer ao Estado, ao povo brasileiro. Ao contrário, indícios apontam que ele tentou tomá-las.

O caso das supostas usurpações de itens valiosos não parou por aí. Desde então, Bolsonaro chegou a devolver alguns outros, como armas raras e outras joias. Contudo, outras coleções foram apreendidas com o apoiador do ex-presidente radical de extrema direita, o ex-piloto Nelson Piquet.