Pesquisa mostra que Zema não atrai votos para Bolsonaro. Campanha se frustra
Bolsonaristas veem atuação “tímida” do governador reeleito em Minas Gerais na campanha. Quaest identifica que apenas 23% dos eleitores falam em votar em Bolsonaro após apoio de Romeu Zema. E Datafolha confirma vantagem de Lula no estado
Publicado 28/10/2022 - 13h28
São Paulo – Pesquisa do Instituto Quaest, encomendada pela corretora Genial Investimentos, revela que para a maioria dos eleitores de Minas Gerais, a entrada do governador reeleito Romeu Zema (Novo) na campanha presidencial, como cabo eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (PL), não altera a chance de voto no candidato à reeleição. Divulgado nesta quinta-feira (27), o estudo mostra que 68% não devem assumir uma posição pró-Bolsonaro.
Apenas 23% dos eleitores responderam que a chance de votar no atual mandatário aumenta após o apoio de Zema. Outros 6% afirmaram, no entanto, que essa possibilidade diminui. E 3% relataram não saber ou não responderam à questão. Ao todo, foram consultadas 2.200 pessoas em todo o estado. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. O resultado também confirma a tendência de liderança, apontada também nessa quinta-feira pelo Instituto Datafolha, do adversário de Bolsonaro neste segundo turno, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Entre os eleitores mineiros, segundo a pesquisa, Lula registra vantagem de 48% das intenções de voto diante de 43% do candidato à reeleição. Em votos válidos, o petista teria 52% dos votos hoje, contra 48% de Bolsonaro no estado que é considerado essencial na corrida ao Planalto. Desde a redemocratização, em1985, todos os presidentes que venceram em Minas foram eleitos. No primeiro turno, Lula venceu a disputa presidencial no estado com uma diferença de quase cinco pontos.
Frustração na campanha de Bolsonaro
Os resultados vêm frustrando a campanha do atual presidente que passou a criticar abertamente o desempenho de Zema para virar votos a Bolsonaro em Minas Gerais. Em sua coluna no portal G1, o comentarista político Gerson Camarotti descreveu que, os bastidores, aliados do candidato à reeleição apontam “jogo duplo” do governador. A avaliação é que Zema teve uma atuação tímida. O que foi atribuído ao projeto do mineiro de concorrer ao Palácio do Planalto em 2026.
O sinal amarelo para a campanha acendeu nesta semana, quando Bolsonaro fez um evento fechado com prefeitos na cidade de Montes Claros, no norte de Minas, e acabou ficando exposto com a baixa adesão.