Especulações

Para se manter com Haddad, Chalita deverá sair do PMDB

Amigo do prefeito de São Paulo, secretário municipal da Educação não poderá ficar no partido pelo qual a ex-prefeita Marta Suplicy deve disputar sucessão, se quiser se manter no governo paulistano

Marco Ambrosio/FramePhoto/Folhapress

Prefeito deu posse a Chalita há um ano, já pensando em 2016, mas deve perder dividendos eleitorais do PMDB

São Paulo – A provável indicação da ex-prefeita Marta Suplicy (PMDB-SP) para disputar este ano a sucessão de Fernando Haddad (PT) em São Paulo torna a posição do secretário municipal da Educação, Gabriel Chalita, insustentável no PMDB, caso sua intenção seja a de permanecer no governo paulistano. A ideia de Chalita compor a chapa com Haddad em 2016, trazendo os dividendos eleitorais do PMDB, foi a principal motivação política de sua adesão à gestão do petista, há um ano. Chalita e Haddad, mais do que aliados políticos, são amigos de longa data.

“Acho que Chalita sai do PMDB e vai para um partido pelo qual possa fazer essa dobradinha com Haddad”, aposta a cientista política Maria do Socorro Sousa Braga, da Universidade Federal de São Carlos.

“Como o PMDB de São Paulo deve encaminhar a candidatura da Marta, ou o Chalita ganha o PMDB, ou vai ter que sair do partido”, avalia o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP).

A situação é irônica, considerando que, em 2004, prefeita pelo PT, Marta Suplicy se recusou a fazer uma coalizão com o PMDB, contrariando inclusive a vontade do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Marta bateu pé por uma chapa “puro  sangue”, e disputou ao lado de Rui Falcão, hoje presidente nacional do PT, como vice. Ela perdeu a eleição para José Serra – que ficou menos de um ano e meio no cargo, do qual saiu para disputar o governo estadual.

“A vida dá voltas. Mas a reeleição da Marta em 2004 foi muito prejudicada, por ela ter recusado a aliança com o PMDB. Ela tinha um bom governo e precisava de mais tempo de TV para mostrar o que fazia”, lembra o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP).

Ele considera “quase certa” a saída de Chalita do PMDB para um partido da base de Haddad “onde possa apoiar a reeleição”.