Ministro rechaça aumento de 7,7% para aposentados

Rio de Janeiro – O governo não tem recursos para bancar um reajuste de 7,7% para aposentados que ganham acima do salário mínimo, conforme defende a oposição no Congresso, afirmou […]

Rio de Janeiro – O governo não tem recursos para bancar um reajuste de 7,7% para aposentados que ganham acima do salário mínimo, conforme defende a oposição no Congresso, afirmou nesta segunda-feira o ministro da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas.

“Não vejo fonte de custeio para isso (7,7% de reajuste)”, disse ele a jornalistas em evento na Firjan.

“Se o ministro da Fazenda encontrar fonte de custeio e o presidente autorizar vou acatar. Sei que os aposentados reivindicam isso, mas é preciso levar esse debate para a sociedade”, acrescentou Gabas.

O acordo feito pelo governo com os sindicatos e as entidades representativas de aposentados apontou para um aumento de 6,14%, cujo impacto nas contas da União é estimado em R$ 6,7 bilhões. A medida provisória do Executivo enviada ao Congresso contempla esses 6,14% e é sobre ela que vem acontecendo o debate no Congresso.

Segundo o ministro, o reajuste de 7% elevaria o gasto em de R$ 1,1 bilhão. Se chegar a 7,7%, seriam mais R$ 1,8 bilhão. De acordo com Gabas, há brechas para um acordo político que permita um aumento de 7%.

“Sete por cento seria uma forma de chegar a um ponto de equilíbrio”, acrescentou.

Pelos critérios atuais, o governo usa como parâmetros para o reajuste dos aposentados que ganham acima de um salário mínimo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo IBGE, mais 50% Produto Interno Bruto (PIB) relativo a dois anos antes da data do aumento.

O ministro chamou de manobra eleitoreira a proposta feita no Senado Federal de um reajuste de 7,7%, o que representa a soma do INPC mais todo o PIB de dois anos antes.

“Quando você coloca uma carga dessa você discute a viabilidade da Previdência. A discussão não pode se misturar com aventuras eleitoreiras”, criticou Gabas.