Ministros vêem aumento de 7,7% para aposentados como inviável

Mantega promete recomendar veto ao presidente; Gabas ressalta impacto de R$ 4,8 bilhões no orçamento

Brasília – O ministro da Previdência, José Eduardo Gabas, mostrou nesta terça-feira (4) para líderes da oposição na Câmara a arrecadação e as despesas do setor nos últimos anos. A ideia foi tentar convencer os deputados de que não há condições de o governo conceder um reajuste superior a 7% nas aposentadorias maiores que um salário mínimo.

Oposição e parlamentares ligados a centrais sindicais querem 7,7% de reajuste. A matéria deverá ser votada em plenário durante a tarde. “A batalha será travada entre 7% e 7,7%”, disse o líder do Democratas, Paulo Bornhausen (SC).

Na reunião, o ministro mostrou que, se aprovado, o reajuste de 7,7% causará um impacto de R$ 4,8 bilhões – R$ 700 milhões a mais que o reajuste de 7% anunciado como possível pelo governo. “O erro do governo foi ter negociado primeiro com as centrais sindicais sem ter trazido o assunto aqui para o Congresso”, explicou Bornhausen.

O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), prometeu mais uma vez a votação da proposta para hoje, com ou sem acordo. E garantiu que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá vetar qualquer reajuste superior a 7%. “Todos sabemos que o reajuste não é baixo. E queremos contar com a base para aprovar hoje”, disse.

Veto

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que vai recomendar ao presidente o veto do reajuste de 7% dos aposentados que ganham mais do que o salário-mínimo, mesmo se houver acordo entre os líderes. Mantega falou com os jornalistas ao chegar para o seminário Dez Anos da Lei de Responsabilidade Fiscal, promovido pelo Instituto Brasiliense de Direito Público e a Fundação Getulio Vargas.

Fonte: Agência Brasil