Reajuste de aposentados deve ir a voto na 4ª

Entidades de aposentados prometem manifestação por 7,7%, mas governo insiste em alternativas

São Paulo – O líder do Governo na Câmara dos Deputados, Cândido Vaccarezza (PT-SP), promete ler nesta terça-feira (27) seu parecer sobre o reajuste de aposentados que ganham mais de um salário mínimo. A Medida Provisória 475 previa 6,14% de aumento, mas parlamentares da própria base governistas defendem elevação do percentual a 7,7%.

Associações nacionais de aposentados, com o apoio das centrais sindicais, organizam uma caravana a Brasília em defesa do reajuste maior. O índice corresponde à inflação mais 80% do crescimento da economia de 2008.

Vaccarezza afirma que espera que a votação ocorra até esta quarta-feira (28) na Câmara. Até lá, ainda acredita que pode buscar um acordo entre os partidos da base aliada em torno do índice de 7%. “Se não houver acordo, vou manter o texto da medida provisória (de 6,14)”, ameaça. “Temos até a madrugada de amanhã”, disse, ressaltando, porém, que não apresentará nenhum texto “que tenha discordância dos ministérios”.

Na última semana, o governo chegou a sinalizar que aceitaria um reajuste por faixa de renda, com 7,7% para aposentados que recebem de um a três salários mínimos. Os demais, que representam apenas 10% do universo dos beneficiários da Previdência Social, teriam direito aos 6,14%.

O Sindicato Nacional dos Aposentados e Pensionistas do Brasil da CGTB (SINDAPB), o Sindicato Nacional dos Trabalhadores, Aposentados e Pensionistas (Sintapi/CUT) e a Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap) afirmaram que irão intensificar a mobilização. “O reajuste de 7,7%, que é a inflação mais 80% do PIB, vai recuperar o poder de compra dos aposentados. Por isso, no dia 27, vamos organizar uma grande caravana a Brasília”, afirmou Oswaldo Lourenço, vice-presidente do SINDAPB, destacando a disposição de continuar negociando.

O líder do Governo disse esperar que também esta semana seja votada a MP 474, relativa ao reajuste do salário mínimo, que igualmente vigora desde 1º de janeiro.

Com informações da CUT