Escândalo

Mauro Cid confirma que Bolsonaro pediu para reaver joias apreendidas

O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, prestou novo depoimento à Polícia Federal. Ele falou sobre o escândalo das joias sauditas

José Dias/PR
José Dias/PR
De acordo com Cid, Bolsonaro pediu pessoalmente a ele que apurasse a possibilidade de pegar os itens em dezembro de 2022

São Paulo – Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), prestou novo depoimento hoje (22) à Polícia Federal. Desta vez, o delegado Adalto Machado ouviu o militar no âmbito de inquérito que investiga suposta apropriação indevida de joias e armas por Bolsonaro. Cid confirmou que o ex-presidente pediu para que pessoas próximas a ele tentassem retirar joias sauditas apreendidas no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.

De acordo com Cid, Bolsonaro pediu pessoalmente a ele que apurasse a possibilidade de pegar os itens em dezembro de 2022. Além destas joias, Bolsonaro se apropriou indevidamente de outros itens, muitos já sob custódia da Justiça. Bolsonaro não poderia tomar estes itens, presentes de autoridades do Oriente Médio. De acordo com juristas, a suposta ação pode ser classificada como criminosa, enquadrada em artigos como o de peculato, no Código Penal, além de enriquecimento ilícito na Lei de Improbidade Administrativa.

O depoimento ocorre uma semana após outra oitiva envolvendo Cid. Na ocasião anterior, o ex-ajudante de ordens ficou calado durante 40 minutos, questionado sobre outra investigação, a da operação Venire, que identificou fraudes em cartões de vacinação de Cid, além de membros da família Bolsonaro. Dias depois, sua esposa, Gabriela Cid, admitiu diante dos policiais que o militar foi responsável por adulterar os registros de vacinação.

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