Ajudante de ordens

Clã Bolsonaro acredita em lealdade de Mauro Cid em depoimento à Polícia Federal

Homem de extrema confiança do ex-presidente, ex-ajudante de ordens está preso desde 3 de maio no Batalhão de Polícia do Exército de Brasília

José Dias/PR
José Dias/PR
Aliados de Bolsonaro têm a expectativa de que Cid será leal ao ex-chefe. E que assumiria o ônus das acusações e enfrentaria um processo sozinho

São Paulo – O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid, presta depoimento à Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira-feira (18), por volta das 14h30. Homem de extrema confiança do ex-presidente, está preso desde 3 de maio no Batalhão de Polícia do Exército de Brasília. Cid foi um dos alvos da Operação Venire.

A ofensiva foi deflagrada no âmbito de investigação do suposto esquema criminoso de fraude em dados de vacinação do ex-presidente, de seus familiares e também de pessoas ligadas ao próprio ajudante de ordens.

Os bastidores, fontes e jornalistas em Brasília vêm apontando que os aliados de Bolsonaro contam com a expectativa para eles confiável de que Cid não vai implicar o ex-chefe. Pelo contrário, segundo as informações ele assumiria o ônus das acusações e enfrentaria um processo sozinho, que, afinal, não seria tão difícil. Pegaria no máximo uns poucos anos de cadeia.

Será?

Segundo a jornalista Daniela Lima, da CNN Brasil, o grupo que “monitora diariamente a temperatura e a pressão da família Cid” espera que, no depoimento, ele assuma a fraude de certificado de vacina “apenas” da família dele. Porém, a tentativa de deixar Bolsonaro de fora das implicações criminais do caso não será fácil. Segundo se sabe, Cid usou o próprio celular para emitir certificado falso de Bolsonaro.

Mesmo diante de temores do entorno de Bolsonaro de que – pressionado pela família – Cid poderia ceder e fazer uma delação contra o ex-presidente, jornalistas de vários veículos dizem os aliados do ex-presidente acreditam na lealdade do ex-braço direito.

Troca de advogado

Porém essa versão se baseia em fontes próximas a Bolsonaro, e não leva em conta o fato que atemoriza, sim, o bolsonarismo: que Cid recentemente mudou de advogado. Ele substituiu Rodrigo Roca, muito próximo dos Bolsonaro, pelo criminalista Bernardo Fenelon, especialista em delação premiada.

O ex-advogado de Cid, Rodrigo Roca, “é conhecido por sua atuação na defesa de militares do Exército no Rio de Janeiro”, informava a Agência Pública em 2020. “Entre seus clientes, estão generais acusados de tortura durante a ditadura militar”. Ele tambpem atuou na defesa do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no suposto esquema de rachadinha.

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