Graves suspeitas

Defesa aponta que Mauro Cid deve assumir crimes para livrar Bolsonaro

Conduta oposta ao adiantado pela defesa de Cid em um primeiro momento foi revelada em áudios. “O Cid assumiu tudo”

Rinaldo Morelli/Agência CLDF
Rinaldo Morelli/Agência CLDF
Esse problema se falou das joias, da recompra das joias, o Cid assumiu tudo", disse Cezar Bittencourt

São Paulo – Um dia após prestar depoimento de mais de 10 horas à Polícia Federal, Mauro Cid segue no centro das atenções dos supostos crimes envolvendo Jair Bolsonaro (PL). De acordo com o advogado do ex-ajudante de ordens do ex-presidente inelegível, Cezar Bittencourt, Cid deve assumir todos os crimes para si. Assim, pode tentar livrar Bolsonaro. A conduta é oposta ao adiantado pela defesa dele em um primeiro momento.

Bittencourt, ao assumir o caso há duas semanas, reconhecia a participação, inclusive como mandantes, de Bolsonaro e sua esposa, Michelle Bolsonaro. Após mudanças na estratégia da defesa, o caminho parece outro. “Estão colocando palavras que não tem no Cid. Acusações ao Bolsonaro que não existem. E mais, esse problema se falou das joias, da recompra das joias, o Cid assumiu tudo”, disse Cezar Bittencourt, em áudio enviado à GloboNews.

A fala virou motivo de celebração entre bolsonaristas. O ex-presidente teria compartilhado, pessoalmente, as falas de Bittencourt. “A defesa não está jogando Cid contra Bolsonaro”, continua a fala do advogado. O tema é um dos maiores motivos de aflição no núcleo do ex-presidente, uma vez que está difícil manter distância do escândalos de corrupção. Ainda mais com a perspectiva de Cid assinar acordo de delação premiada. Contudo, a paz não é certa no reino do ex-presidente. Ao contrário, as investigações da Polícia Federal (PF) chegam cada vez mais próximas de Bolsonaro.

Prisão de Cid

Desde o dia 3 de maio, Cid encontra-se detido nas instalações do Batalhão do Exército em Brasília. Após trocar seu advogado de defesa, ele adotou uma postura de maior colaboração com as autoridades policiais, prestando depoimentos extensos.

Juntamente com Cid e seu pai, outros indivíduos, como Crivelatti, que desempenhava um papel-chave como braço-direito do então ajudante de ordens, e Frederick Wasseff, advogado de Bolsonaro, também foram ouvidos. A Polícia Federal agendou todos esses depoimentos para ocorrerem simultaneamente às 11h de quinta-feira (31), com o intuito de evitar possíveis acertos de versões entre os investigados.

Enquanto os militares deram seus depoimentos, o presidente Bolsonaro, a primeira-dama Michelle, o advogado Fábio Wajngarten e o assessor Marcelo Câmara optaram pelo silêncio durante os procedimentos.


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