nesta terça

Lula dá nova entrevista para mídia independente e youtubers. Assista

Ex-presidente e pré-candidato do PT deve falar sobre os próximos passos da disputa eleitoral deste ano, com o objetivo de vencer Bolsonaro e unir a sociedade em torno da reconstrução do Brasil

Ricardo Stuckert
Ricardo Stuckert
Em seu último ato público, Lula se encontrou com jovens da favela de Heliópolis, em São Paulo.

São Paulo – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dará entrevista nesta terça-feira (19), às 10h30, em São Paulo, para um grupo de sites da mídia independente e youtubers. A entrevista será transmitida ao vivo pelas redes sociais. São esperados sites e portais como o Brasil 247, revista FórumDCM (Diário do Centro do Mundo), Jornal GGNBlog da CidadaniaTutameia, Jornalistas Livres, TVT e Rádio Brasil Atual, além de Cynara Menezes, Ana Roxo, Ronny Telles, entre outros.

Acompanhe a entrevista

No encontro, Lula deverá ser questionado sobre temas como a volta da fome e da inflação, fenômenos que se radicalizaram sob o governo de Jair Bolsonaro. Nesse sentido, Lula vem afirmando que pretender “abrasileirar” a política de preços da Petrobras, como forma de conter a escalada do preço dos combustíveis. O ex-presidente também propõe a revogação da “reforma” trabalhista feita pelo governo golpista de Michel Temer e aprofundada pelo atual governo. O objetivo é resgatar a dignidade das condições de trabalho no país.

A relação de um eventual novo governo Lula com militares também deve entrar na pauta, à medida em que Bolsonaro as Forças Armadas voltaram a tensionar a relação com o Poder Judiciário. Neste domingo (24), o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira subiu o tom, após o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmar que as Forças Armadas têm sido “orientadas” a atacar o processo eleitoral.

Além disso, os generais próximos a Bolsonaro teriam apoiado a sua decisão de conceder perdão ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), um dia após ser condenado pelo STF por atentar contra a democracia e as instituições. Lula já afirmou que, se eleito, vai demitir os cerca de 8 mil militares que ocupam cargos comissionados no governo federal.

Nas últimos dias, Lula manteve atos públicos com MST, em Londrina (PR), MTST, em Santo André (SP), indígenas em Brasília, estudantes na Uerj e centrais sindicais. Na última quinta (21), o petista se reuniu com jovens da favela de Heliópolis, em São Paulo.

Reencontro

Essa é a segunda vez que Lula fala à mídia independente em 2022. Na primeira, em janeiro, um dos principais temas da entrevista foi a aproximação do petista com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin. Naquele momento, Lula afirmou que não havia “nada definido“. Desde então, Alckmin se filiou ao PSB, que o indicou para ser vice de Lula nas eleições deste ano. O diretório nacional do PT, inclusive, já aprovou a composição da chapa. Lula deve anunciar oficialmente a sua pré-candidatura no dia 7 de maio.

Na rodada de entrevistas de janeiro, Lula defendeu uma “ampla aliança” para derrotar o governo de Jair Bolsonaro (PL) e, principalmente, reconstruir o país. O ex-presidente comentou também a atual situação do povo brasileiro. “Morei num quarto e cozinha com 13 pessoas. Então eu tenho consciência do que esse povo tá passando. Não posso mentir. Não posso ganhar aos 76 anos e falar ‘gente, ganhei, mas não dá pra fazer as coisas. Desculpa, mas eu tenho que atender o mercado, a Faria Lima.”

O ex-presidente também advogou pelo fortalecimento do Estado como “indutor do desenvolvimento do país”. E alertou aos empresários interessados na privatização de empresas públicas, como os Correios, a Eletrobras e a Petrobras, que iria “rediscutir esse assunto”, caso vença as eleições.

Cenário eleitoral

Em meados de janeiro, Lula aparecia com 44% das intenções de voto para presidente, a um ponto do total somado de intenção de votos dados aos demais adversários, de acordo com pesquisa Ipespe. Com o ex-juiz Sergio Moro ainda na disputa, Bolsonaro tinha 24%. No mais recente levantamento do Ipespe, na última sexta-feira (22), Lula aparece com 45%, ante 31% de Bolsonaro. Ainda assim, o petista mantém a distância de apenas um ponto percentual em relação à soma dos demais candidatos, podendo vencer no primeiro turno, em função da margem de erro (3,2 pontos).