Justiça

Juiz afastado da Lava Jato recorre contra a decisão no CNJ

Eduardo Appio foi afastado após averiguar abusos de nomes como Moro e Dallagnol. Para seu advogado, afastamento é “atentado”

Divulgação/JFPR
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Em ofício, Appio afirmou que vem sofrendo uma "onda de ameaças pessoais"

São Paulo – O juiz Eduardo Appio recorrerá ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra afastamento da 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelos processos da Lava Jato. O juiz protocolou o recurso nesta tarde. Além de sua assinatura, a peça contou com apoio dos juristas Pedro Serrano, Rafael Valim e Walfrido Warde.

Appio foi afastado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). Os desembargadores possuem histórico de alinhamento ideológico com o lavajatismo. Já Appio é independente. Em março, ele protocolou junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) as acusações de extorsão do advogado Tacla Duran contra o ex-juiz bolsonarista Sergio Moro.

Então, o afastamento de Appio é considerada uma reação da facção ligada a Moro e ao ex-deputado cassado Deltan Dallagnol (Podemos-PR). Pedro Serrano, advogado do juiz no caso, considera o afastamento “um atentado”.

“Removeram ele do cargo num caso menor sem dar direito de defesa a ele. Sem ouví-lo. Num país que a constituição determina a inamovibilidade do juiz. Isso é muito grave. Não é um atentado contra o Appio, é um atentado contra os juízes, contra a jurisdição”, prosseguiu Serrano, em entrevista à Revista Fórum.