São Paulo – O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) denunciou Jair Renan Bolsonaro pelos crimes de lavagem de dinheiro, uso de documento falso e falsidade ideológica. O filho do ex-presidente foi alvo de investigação por usar documentos supostamente de sua empresa para obter um empréstimo bancário que não foi pago.

No mês passado, a Polícia Civil pediu o indiciamento de Jair Renan e de Maciel Alves de Carvalho, seu ex-instrutor de tiro e sócio na Bolsonaro Jr. Eventos e Mídia. De acordo com as investigações, eles falsificaram uma declaração de faturamento de R$ 4,6 milhões da empresa.

Com o balanço falso, eles obtiveram um primeiro empréstimo de R$ 157 mil com o Santander. Posteriormente, ampliaram a dívida por meio de duas novas solicitações. Mas a dupla não pagou o último empréstimo.

“Não há dúvidas de que as duas declarações de faturamento apresentadas ao banco são falsas”, aponta o relatório final das investigações. Os policiais também destacam que os representantes legais da empresa inseriram na documentação bancária “informações inverídicas” que constavam nos balanços forjados.

Jair Renan teria se beneficiado de parte dos valores obtidos de forma ilícita, por meio do pagamento da fatura do cartão de crédito de sua empresa, no valor de cerca de R$ 60 mil. Em junho do ano passado, ele fechou acordo de renegociação com o banco, mas não não honrou o acordo. No mês passado, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF) intimou o “04” a pagar dívida de R$ 360 mil com o banco.

Operação Nexum

Anteriormente, em agosto do ano passado, Jair Renan chegou a ser alvo de mandado de busca e apreensão na Operação Nexum, que deu origem às investigações. Na ocasião, os policiais cumpriram ações em dois endereços do filho do ex-presidente: um apartamento em Balneário Camboriú (SC) e outro no Sudoeste, em Brasília. Os policiais apreenderam seu celular e um HD externo. E o instrutor de tiro Maciel Carvalho chegou a ser preso.

Em depoimento, Jair Renan disse não reconhecer suas assinaturas nas declarações de faturamento supostamente falsas. Ao mesmo tempo, negou ter requisitado empréstimos. No entanto, os laudos periciais, testemunhas e até imagens de seu login no aplicativo bancário vão contrariam a versão dele. Agora caberá à Justiça do DF aceitar, integral ou parcialmente, ou rejeitar as acusações apresentadas pelos promotores.