Encrencado

Indiciado por diversos crimes, Jair Renan é intimado a pagar dívida de R$ 360 mil

Caçula de Bolsonaro, indiciado entre outras coisas por lavagem de dinheiro, tem três dias para honrar dívida. Caso contrário, terá contas bloqueadas

Arquivo Pessoal/Redes Sociais
Arquivo Pessoal/Redes Sociais
Em 2022, quando o filho foi alvo da Polícia Civil, o pai disse que não convivia muito com ele; que deveria ser influência da mãe

São Paulo – Jair Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi intimado a pagar dívida de R$ 360 mil de sua antiga empresa, a RB Eventos e Mídia. Segundo o jornal Valor Econômico, o calote decorre de um acordo de renegociação de um empréstimo firmado entre Jair Renan e o banco, em junho do ano passado.

O filho caçula de Bolsonaro se comprometeu a honrar o que devia ao banco, mas não cumpriu. E fechou a empresa pouco mais de dois meses depois, em 11 de agosto de 2023. Ainda segundo o jornal, a Receita Federal extinguiu o o registro no CNPJ por “Liquidação Voluntária”. Ou seja, quando parte do empresário a iniciativa de encerrar as atividades.

Ainda segundo o jornal, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF) deu ao filho do ex-presidente prazo de até três dias úteis para o pagamento. Caso contrário, ele terá suas contas bancárias bloqueadas.

A cobrança tem relação com o caso levou ao indiciamento de Jair Renan, ontem (15), pela Polícia Civil do Distrito Federal, por lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e uso de documento falso. O filho de Bolsonaro era investigado por supostamente usar documento com informações falsas da sua empresa para obter o empréstimo bancário que agora é cobrado. O alvo da suspeita é uma declaração de faturamento de R$ 4,6 milhões da Bolsonaro Jr. Eventos e Mídia.

O caso envolve também o ex-sócio e instrutor de tiro de Jair Renan, Maciel Alves, preso em agosto na Operação Nexum. Cabe ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) analisar o caso e decidir se oferece denúncia contra ambos para que se instaure processo penal.

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Em agosto, Jair Renan e o sócio foram alvo da Polícia Civil do DF. O inquérito apontava, conforme os investigadores, “para a existência de uma associação criminosa cuja estratégia para obter indevida vantagem econômica passa pela inserção de um terceiro, ‘testa de ferro’ ou ‘laranja’, para se ocultar o verdadeiro proprietário das empresas de fachada ou empresas ‘fantasmas’, utilizadas pelo alvo principal e seus comparsas”.

Ambos foram acusados de falsificação de quatro relações de faturamento da empresa no período de 2021 a 2022, que foi inflado para R$ 4,6 milhões. O objetivo foi tomar empréstimos bancários, sendo um deles com o Santander.

A Polícia Civil do Distrito Federal confirmou a conclusão da investigação e os indiciamentos. E disse que o relatório final de investigação foi encaminhado ao Poder Judiciário no último dia 8.

O deputado federal Bohn Gass (PT-RS), vice-líder do governo no Congresso, lembrou que Jair pai, em plena campanha eleitoral antecipada, tentou tirar o corpo fora.

Redação: Cida de Oliveira, com informações do Congresso em Foco