Segundo turno

No horário eleitoral, Lula mostra apoios conquistados e o Bolsonaro real

A maior visibilidade da propaganda do petista, entre novos apoios, foi à senadora Simone Tebet, que no primeiro turno obteve 4,9 milhões de votos

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Programa de Lula mostra cenas chocantes de agressão e xingamento à deputada Maria do Rosário

São Paulo – O horário eleitoral gratuito voltou às emissoras de rádio e televisão nesta sexta-feira (7), com os primeiros programas do segundo turno das candidaturas para a presidência e para os governos estaduais, com tempos iguais para os adversários. O destaque do programa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na disputa por seu terceiro mandato, foi mostrar os apoios que vem recebendo durante a semana.

No caso dos candidatos à presidência, o horário eleitoral na TV vai das 13h às 13h10 e das 20h30 às 20h40, de segunda a sábado. No rádio, vai ao ar de segunda a sábado, das 7h às 7h10 e das 12h às 12h10. Os programas dos candidatos aos governos estaduais são exibidos nas rádios das 7h10 às 7h20 e das 12h10 às 12h20. Na televisão, das 13h10 às 13h20 e das 20h40 às 20h50. 

O destaque de Lula foi a senadora Simone Tebet (MDB-MS), que no primeiro turno obteve 4,9 milhões de votos (4,16% dos votos válidos), ficando à frente do pedetista Ciro Gomes (3,6 milhões, 3,04%). A parlamentar declarou apoio a Lula na quarta-feira (5).

Arma com polícia, não com milícia

O programa de Lula selecionou um trecho da fala de Tebet ao anunciar o apoio a Lula: “Depositarei nele o meu voto, porque reconheço no candidato Lula o seu compromisso com a democracia e a Constituição Federal, o que desconheço no atual presidente”.

A propaganda mostrou também imagens de outras lideranças que saíram em apoio a Lula: Marina Silva (Rede), Fernando Henrique Cardoso, o economista Henrique Meirelles, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, além de Ciro Gomes com Carlos Lupi, presidente do PDT. Mas Ciro só apareceu em foto.

Foram mencionados ainda os governadores eleitos, com destaque para Helder Barbalho (MDB), do Pará, que explicou o apoio ao lado de Lula: “Pro Pará seguir em frente e pro Brasil voltar a sorrir”.

Em seu horário, Fernando Haddad, candidato ao governo paulista pelo PT, falou que “o Brasil quer paz, desenvolvimento e justiça social com Lula”. Ele destacou que o estado de São Paulo “valoriza a vacina, não debocha da pandemia, defende a vida, a ciência, quer arma na mão da polícia, não na mão da milícia”.

O ex-ministro mostrou feitos da gestão do Ministério da Educação, como o ProUni e os institutos federais. Haddad disputa o Palácio dos Bandeirantes contra o bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos).

“Bolsonaro desumano na pandemia”

A campanha de Lula dedicou ainda tempo para mostrar o governo de Jair Bolsonaro (PL) como “desumano na pandemia, desastre na economia, e ligado a muitos escândalos de corrupção”. Além de ter trazido “a fome de volta” e feito milhões de famílias endividadas.

O petista prometeu que seu governo vai “voltar a gerar emprego”, proteger o meio ambiente, investir no pequeno e médio empresário e no empreendedorismo e tirar o Brasil do mapa da fome. “Quero debater o Brasil, mas meu adversário prefere espalhar mentiras e fake news pela internet. Espalhe a verdade”, pediu.

Lula também rebateu as informações falsas disseminadas pelo bolsonarismo em redes sociais e aplicativos de mensagens, que tentam jogá-lo contra os religiosos, principalmente evangélicos. Lembrou que eu suas gestões sancionou a lei de liberdade religiosa, a criação do “dia do evangélico” e a marcha para Jesus.

O outro Bolsonaro

Como em peças veiculadas no primeiro turno, a propaganda de Lula mostrou um presidente Bolsonaro diferente do que se diz honesto e contra a corrupção. Vê-se Bolsonaro jovem afirmando que “sonego tudo que for possível”, o que é linkado aos 51 imóveis comprados com dinheiro vivo.

Mostra também cenas chocantes de suas agressões contra mulheres, empurrando e xingando a deputada Maria do Rosário de “vagabunda”. Enquanto passeia de moto e jet ski, o povo “sofre pra pagar as contas e a fome voltou”, diz a narração.

Um vídeo (real) mostra o atual presidente da República imitando, às gargalhadas, uma pessoa morrendo sufocada de covid. E depois, outra imagem o mostra vociferando fora de si sobre a compra de vacinas contra a pandemia: “só se for na casa da tua mãe”.

O horário eleitoral nas emissoras de rádio e televisão vai até dia 28 de outubro.