São Paulo

Haddad recebe apoio do Solidariedade, com críticas a Tarcísio: ‘Não conhece São Paulo’

Candidato petista também criticou o atual governador, Rodrigo Garcia (PSDB), por apoio a Bolsonaro e Tarcísio. Lula se reuniu com lideranças do PSD

Diogo Zacarias
Diogo Zacarias
Haddad: "Temos três semanas pela frente. Agora é um contra um"

São Paulo – O candidato a governador pela coligação Juntos por São Paulo, Fernando Haddad (PT), recebeu nesta quinta-feira (6) o apoio do Solidariedade. Ontem foi a vez do PDT, que também declarou apoio ao petista no segundo turno da disputa pelo governo de São Paulo. Assim, Haddad conta agora com o endosso de nove partidos. Sete já faziam parte da sua coligação – PT, PCdoB, PV, Psol, Rede, PSB e Agir.

Em evento na capital, Haddad lembrou que o seu adversário em São Paulo é nascido no Rio, sem vínculos com o estado que pretende governar. O deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, presidente do Solidariedade, foi na mesma linha.

“São Paulo não pode ser governado por uma pessoa que não sabe nem onde vai votar. Para ir votar dever ter tido que usar o Waze. Imagina se ele sabe onde fica Euclides da Cunha ou Apiauí”, provocou o deputado, que não se reelegeu. “Imagina conhecer os problemas de São Paulo.” Para Paulinho, São Paulo é um estado rico, “mas tem um povo muito pobre”. Nesse sentido, disse que os paulistas precisam de alguém “que entenda de gente e conheça das pessoas”, justificando o voto em Haddad. Do mesmo modo, Miguel Torres, presidente da Força Sindical, também declarou apoio ao petista.

Bolsonaro e o Centrão

Haddad lamentou o farto de o governador Rodrigo Garcia (PSDB), após ficar em terceiro lugar, declarar apoio “incondicional” a Tarcísio e Bolsonaro. “Espero que o PSDB tenha juízo de saber que isso não é política. Não é condizente com Franco Montoro, Mário Covas, Geraldo Alckmin, até José Serra e Fernando Henrique. Como pode o PSDB manifestar apoio para o Bolsonaro?”, questionou. Ao contrário de Garcia, lideranças tucanas declararam apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno.

Além disso, Haddad reafirmou que os partidos do Centrão, que apoiam Bolsonaro, “levaram água para o moinho do fascismo, eles que fiquem com o fascismo”. Desse modo, fez acenos a tucanos históricos. “Tenho total condição de trazer uma dissidência do PSDB, que é o PSDB histórico, esse pode vir conosco, pode governar conosco”, acrescentou.

Por outro lado, Haddad comemorou a votação histórica que obteve na região metropolitana de São Paulo. E disse que pretende ampliar essa vantagem contra Tarcísio, além de buscar votos no interior. “Em 40 anos de PT, nós só fomos para o segundo turno em São Paulo uma vez, em 2002. Em 10 eleições, esta é a segunda. Temos três semanas pela frente. Agora é um contra um. Vamos governar o estado com justiça social e desenvolvimento econômico”, afirmou.

Lula com PSD

Também hoje, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu em São Paulo com lideranças do PSD. A sigla, liderada pelo ex-ministro Gilberto Kassab, declarou neutralidade na disputa presidencial. Ainda assim, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), junto a outros petistas, declarou apoio a Lula no segundo turno. Além dele, estavam presentes o candidato a vice-governador do Rio, Felipe Santa Cruz, e os deputados federais Pedro Paulo (PSD-RJ) e Marcelo Ramos (PSD-AM). Os senadores Otto Alencar (BA), Alexandre Silveira (MG) e Carlos Fávaro (PSD), que estiveram com Lula um dia antes, num grande encontro com governadores e senadores de diversos partidos, também repetiram acenos ao petista.

Paes e Santa Cruz devem auxiliar Lula na busca de votos não apenas na periferia do Rio, mas em regiões como a Baixada Fluminense. “Nós vamos trabalhar incessantemente. Esse segundo turno vai ser muito diferente do que aconteceu nessas áreas”. Paes ainda criticou Bolsonaro pela falta de investimentos na capital fluminense. “Não tem um tostão do governo federal”, afirmou.

Lula agradeceu os apoios e fez acenos ao eleitorado fluminense. “Vamos voltar a recuperar a indústria naval no Rio de Janeiro. Vamos voltar à construção de plataformas.” Na sequência, em breve entrevista coletiva, o candidato disse que responsabilidade fiscal “não tem que estar na lei”, se opondo assim, mais uma vez, ao chamado teto de gastos.

“O que se fez foi evitar investimentos em educação, na saúde, no SUS, para garantir dinheiro para os banqueiros. E quero garantir o dinheiro da política social, do arroz, do feijão, da carne, da cebola, do tomate, do litro de leite. Por isso, vamos ter muita responsabilidade fiscal, social e com o Brasil”, destacou.


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