Disputa no RJ

Freixo: emprego e valorização do salário mínimo regional são prioridades

Candidato ao governo do Rio também defendeu a valorização das policiais e afirmou que não é mais favorável à descriminalização das drogas

Reprodução/Youtube/TV Record
Reprodução/Youtube/TV Record
"Sou contra qualquer coisa que venha a dividir a sociedade brasileira", disse Freixo, sobre nova postura em relação à descriminalização das drogas

São Paulo – Em entrevista à TV Record nesta quarta-feira (17), o candidato ao governo do Rio de Janeiro Marcelo Freixo (PSB) afirmou que o principal problema do estado atualmente é o desemprego. “O desemprego no Brasil é 11%. No Rio, é 14%. Só na indústria naval perdemos 150 mil empregos. Então, a gente precisa recuperar emprego.” Para tanto, ele afirmou que “é preciso ter segurança pública e segurança política”.

“Segurança é fato. A gente tem que ampliar o policiamento, qualificar esse policiamento. Mas tem uma outra segurança, que é a segurança política. Tem que parar de roubar e trabalhar. São diversos governadores presos, um atrás do outro”, lembrou Freixo.

A insegurança e a instabilidade política, de acordo com o candidato, afastam os investimentos no estado. “Não temos segurança nas ruas, porque a polícia fica sendo usada por meios políticos. E eu não temos segurança financeira, jurídica. Então credibilidade do governador é muito importante para resolver isso.”

Nesse sentido, ele afirmou que pretende revitalizar o Arco Metropolitano, estrada que corta a Baixada Fluminense. Construída durante o governo de Luiz Fernando Pezão, ao custo de R$ 2 bilhões, a via não conta nem sequer com iluminação. “Não só a gente não está investindo, não está trazendo empregos, como a gente tá perdendo. A Baixada acabou de perder a L’Oréal e a Marcopolo-Ciferal, empresas que estavam há muito tempo ali.”

Salário mínimo

Como primeira medida, se eleito, Freixo afirmou que pretende reajustar “imediatamente” o salário mínimo regional dos atuais R$ 1.283 para R$ 1.585. Ele afirmou que a vida no Rio de Janeiro está cara, e que a população do estado “nunca comeu tão pouca carne”. “Trabalhador que trabalha o dia inteiro merece consumir mais. Isso aquece a economia inteira”, acrescentou o candidato.

“Dois braços”: segurança e investimento social

Freixo afirmou que não é possível continuar a “enxugar gelo”, adotando as mesmas políticas de segurança pública que não deram resultados até agora. “O que a gente precisa fazer é avançar em dois braços. Um é o braço efetivo da polícia, pra botar bandido na cadeia. Estou falando de miliciano, traficante e político corrupto também. E, mais do que isso, quero o braço social. Tem quer ter lugar com esporte, psicólogo, assistente, para a mãe poder levar o filho e permitir prosperidade, uma chance pra essa juventude.

Sobre a primeira parte, Freixo disse que atualmente a economia da milícia é cada vez mais parecida com a do tráfico. Defendeu a criação de um “centro integrado de inteligência”, congregando as polícias estaduais, a Polícia Rodoviária Federal e a Marinha, para combater a entrada de drogas e armas no estado.

Já sobre as políticas sociais que pretende adotar, ele citou o projeto Prosperidade, inspirado num modelo adotado em cidades mexicanas. Em cada região ocupada pelo tráfico e pela milícia, ele pretende estabelecer um equipamento público que ofereça serviços de educação, esporte, assistência social e formação profissional.

Guinada nas drogas

Em mais um aceno ao eleitorado conservador, o candidato afirmou que não é mais favorável à descriminalização do consumo de drogas, nem sequer da maconha. Para ele, esse é um tema que divide a sociedade brasileira. “Sou contra qualquer coisa que venha a dividir a sociedade brasileira hoje. Não sou favorável”, disse Freixo. “Não acho que, nesse momento, isso vai nos ajudar no Brasil. O que a gente precisa fazer é avançar nas políticas de saúde, avançar na eficiência da polícia. E avançar em dois braços, como eu tinha dito.”