Democracia prevalece

‘Estratégia de silêncio de Bolsonaro falhou’, diz prefeita de Juiz de Fora

Para Margarida Salomão, faltou capilaridade à mobilização contra o resultado das eleições para que o silêncio do presidente tivesse força e pudesse abrir caminho para o golpe que ele desejava

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Margarida: Bolsonaro "não podia de fato contar com uma reação popular, porque ele também não tem capilaridade nesse aspecto"

São Paulo – Falhou a estratégia do governo de Jair Bolsonaro (PL) de ficar em silêncio dois dias após a vitória de Lula, para conquistar o apoio da população com os protestos que fecharam rodovias no país. Essa é a avaliação da prefeita de Juiz de Fora, Margarida Salomão (PT).

“Eu não tenho dúvida que falhou. Nós tivemos, entre tantos benefícios da vitória do presidente Lula, um silenciamento daquele patético que mora no Palácio do Alvorada. Por um dia e meio ele não foi para o cercadinho, não produziu nenhum impropério, então, de fato, falhou”, afirmou a prefeita ao jornalista Juca Kfouri, no programa Entre Vistas, da TVT, ontem (3).

“Ele não podia de fato contar com uma reação popular, porque ele também não tem capilaridade nesse aspecto. É importante distinguir entre influência via redes digitais e organização da sociedade”, analisa Margarida Salomão.

“Nesse ponto, eu quero dizer que o PT querendo, ele organiza, porque o PT tem capilaridade para mobilizar no Brasil inteiro”, destaca ainda a prefeita. “Não é uma ferramenta suficiente, mas é uma ferramenta importante.”

Segundo ela, a estratégia do presidente da República falhou pelo fato de ele não ter um partido político organizado, e nenhum tipo de movimento social que o expresse. “Não se pode dizer que esses agrupamentos fascistas têm organicidade suficiente para fazer uma mobilização nacional. Está comprovado que não têm, o que fazem é desordem”, afirma.

“Ontem, e gostam tanto dessa palavra, mas ontem eram eles os baderneiros. O fato é que eles não têm capacidade de fazer uma coisa dessa. Eu acho, mas aí também pelo que li na imprensa e as especulações feitas, é que o habitante do Palácio Alvorada ainda está aguardando alguma negociação para o seu futuro que ele teme, com razão, porque quem deve, deve temer.”

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Margarida se reporta aos crimes de Bolsonaro, como a condução desastrosa da pandemia, os episódios de corrupção em seu governo e a divulgação de fake news. “Ele afinal de contas aprontou muitas, ele e a família, nesse período todo. Então, eu acho que ele chegou a convidar os ministros do Supremo para encontrá-lo e estes afortunadamente tiveram um bom senso de não irem lá.”

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