Humberto Costa denuncia Nelson Piquet por sugerir ‘Lula lá no cemitério’
Presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, Humberto Costa (PT-PE) acionou o Ministério Público do DF contra o ex-piloto da F1. Em participação em ato antidemocrático, Piquet sugere a morte do presidente eleito
Publicado 03/11/2022 - 17h08
São Paulo – O presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, senador Humberto Costa (PT-PE), acionou o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) contra o ex-piloto da Fórmula 1 Nelson Piquet. Em participação em uma manifestação golpista nesta quarta-feira (2), o tricampeão sugeriu a morte do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Vamos botar esse Lula filho de uma puta para fora”, disse o ex-piloto, antes de repetir o lema do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, e completar: “E o Lula lá no cemitério”.
Para Humberto Costa, o bolsonarismo é hora de combater “o ódio e a barbárie” e “expurgar” o bolsonarismo do país.
ATENÇÃO! Estou entrando com uma representação junto ao MPDFT contra o ex-piloto golpista, Nelson Piquet. Em vídeo que circula nas redes sociais, Piquet ameaça a vida do ex-presidente Lula. Não podemos normalizar o ódio e a barbárie. O bolsonarismo precisa ser expurgado do Brasil. pic.twitter.com/6BUBYSK57a
— Humberto Costa (@senadorhumberto) November 3, 2022
A presidenta do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), também condenou a fala “criminosa” de Piquet contra Lula.
Fala de Nelson Piquet sugerindo assassinato do presidente Lula é criminosa. O bolsonarista age para estimular apoiadores do presidente a cometerem violência contra Lula. Lamentável. @senadorhumberto entrará com representação no MPDFT.
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) November 3, 2022
Chofer de genocida
No ano passado, durante as comemorações do Dia da Independência, o ex-piloto dirigiu o Rolls-Royce presidencial, levando Bolsonaro. Além disso, Piquet doou R$ 501 mil para a campanha à reeleição de Bolsonaro. E também fez uma doação de R$ 200 mil à direção nacional do PP, partido que integrou a coligação do então candidato que buscava se reeleger.
As contribuições levantaram suspeitas, já que a Autotrac, empresa de Piquet, recebeu R$ 6,5 milhões do governo federal, após assinar contrato, sem licitação, com o Instituto Nacional de Meteorologia, órgão ligado ao Ministério da Agricultura.
No ano passado, em live com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do presidente, Piquet afirmou que sairia do Brasil, em caso de vitória da esquerda nas eleições deste ano. “Se um partido de esquerda entrar de novo, vendo tudo e vou embora, porque sei que isso vai levar ao maior comunismo”.
Histórico racista
Em julho deste ano, veio à tona outra entrevista polêmica do ex-piloto. Ao canal Motorsports Talk, Piquet chamou o heptacampeão de Fórmula 1 Lewis Hamilton de “neguinho” ao comentar o acidente que envolveu o inglês e Max Verstappen, durante o Grande Prêmio de Silverstone, em 2021.
Em outro trecho divulgado posteriormente, Piquet aparece criticando o ex-piloto Keke Rosberg, seu contemporâneo na F1, e seu filho, Nico Rosberg, campeão da categoria em 2016. Na ocasião, ele voltou a utilizar termos racistas e homofóbicos contra Hamilton. “O Keke? Era um bosta, não tinha valor nenhum. É que nem o filho dele. Ganhou um campeonato… O neguinho devia estar dando mais cu naquela época, aí tava meio ruim.”