Semana agitada

Eleições: Requião no PT, Marília Arraes deixa o partido, imbróglio no RS e Alckmin no PSB

Mudanças de partidos em torno de consolidação de candidaturas sustentam diálogo sobre federações e coligações. Em Curitiba, ex-presidente Lula participa da filiação de Roberto Requião

Fotos: Vinicius Loures/Câmara(Marília), Divulgação (PSB) e Ricardo Stuckert (Lula)
Fotos: Vinicius Loures/Câmara(Marília), Divulgação (PSB) e Ricardo Stuckert (Lula)
Marília deve conversar com Lula nos próximos dias. Beto Albuquerque afirma que Lula é quem decidirá entre ele e Pretto

São Paulo – A deputada federal Marília Arraes (PT-PE) decidiu sair do PT. Uma das principais lideranças do partido e do campo da esquerda em Pernambuco, ela pretendia ter o apoio estadual da legenda para se lançar ao Senado, mas esbarrou no grupo do senador Humberto Costa (PT-PE), que prefere o deputado Carlos Veras (PT-PE) para a vaga. Marília se considerava postulante natural ao Senado, já que, segundo pesquisa feita pelo instituto Empetec, publicada no Diário de Pernambuco, Veras beira o traço nas intenções de voto, com apenas 1% dos votos. Marília, por sua vez tem 25,8%. A deputada pode se filiar ao MDB, mas também cogita o Solidariedade.

Em Pernambuco, o candidato ao governo do estado será o deputado federal Danilo Cabral, lançado pelo governador Paulo Câmara, com apoio do PT. O senador Humberto Costa renunciou à sua candidatura para viabilizar o acordo pernambucano. Segundo a colunista Mônica Bergamo, Marília Arraes continuará apoiando Lula para presidente da República.

No Rio Grande do Sul

No Rio Grande do Sul, o PT defende a pré-candidatura do deputado estadual Edegar Pretto ao Palácio Piratini, mas o PSB quer o ex-deputado e ex-secretário estadual Beto Albuquerque, como mostra matéria do Sul21.

O site conversou com Albuquerque e com o presidente do PT no Rio Grande do Sul, o deputado federal Paulo Pimenta. “Acho que está consolidado que o cenário a nível (sic) nacional definiu essa federação com o PV e com PCdoB e não descarta a possibilidade de ter coligações para as majoritárias. Então, nós vamos dar encaminhamento no estado a partir dessas diretrizes”, disse Pimenta.

Para ele, “o PSB tem muitas divergências nos estados, não consegue unificar uma posição nacional e optou por esse caminho”, disse o petista. Ele ponderou que “eventualmente esse diálogo pode ser recolocado”.

Já Beto Albuquerque, que se refere a Pretto como “meu amigo”, comentou sobre a federação com o PT, na qual o PSB preferiu não entrar. “Quando você propõe uma federação entre dois partidos que não têm problema com a cláusula de barreira, as coisas se complicam, porque a federação impõe uma convivência de quatro anos”, avaliou. “Quem vai ter que tomar uma decisão, ao meu juízo, é a candidatura do Lula e as direções nacionais”, pontuou.

“Achamos que íamos ter mais problemas do que solução, de forma que o PSB decidiu não fazer a federação, mas quer coligar para apoiar a candidatura do Lula”, justificou Beto. “Quem vai ter que tomar uma decisão, ao meu juízo, é a candidatura do Lula e as direções nacionais dos nossos partidos”, acrescentou.

Lula e Alckmin

Nesta sexta, às 18 horas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai a Curitiba para participar do ato de filiação do ex-governador e ex-senador pelo Paraná Roberto Requião ao PT. Será a primeira vez que ele vai à cidade depois de ter ficado preso por 580 dias, após condenação ilegal no processo julgado pelo ex-juiz Sergio Moro e anulado pelo Supremo Tribunal Federal.

Nesta agitada sexta-feira, em postagens em suas redes sociais, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin confirmou sua filiação ao PSB. “O tempo da mudança chegou!”, exclamou. É praticamente certo que Alckmin será o vice na chapa com Lula para tirar Jair Bolsonaro do Palácio do Planalto.