Entrevista coletiva

Alckmin: governo Lula fez economia crescer e reduziu a relação dívida-PIB

Questionado, Alckmin diz que Lula não precisa acalmar o mercado. “A história dele é a busca de entendimento. O que todo mundo quer é que a economia cresça”

Reprodução/Youtube/PSB
Reprodução/Youtube/PSB
Alckmin falou a jornalistas na companhia de Flávio Dino e Márcio França

São Paulo – Em entrevista coletiva após filiar-se ao PSB, questionado sobre eventuais perspectivas de a aliança com o ex-presidente Lula se consolidar, o ex-governador Geraldo Alckmin teve duas atitudes. Em uma delas, afirmou que está entrando no PSB “para somar”. “Chapa é para a frente. Há dois ansiosos, os políticos e os e as jornalistas (risos). Acabamos de filiar. Cabe aos partidos conversar”, disse, na sede do PSB em Brasília, acompanhado do governador do Maranhão, Flávio Dino, e do pré-candidato ao governo de São Paulo, Márcio França.

Em outros momentos, perguntado sobre temas em torno da união com Lula, indicou que a chapa parece consolidada. “Se esse for o caminho, a disposição é de ajudar”, disse. “O presidente Lula, com pé no chão, tem colocado que é necessário ter uma aliança para vencer a eleição e clima para governar, fazer um grande governo em benefício da população”, acrescentou.

Sobre qual candidato apoiará ao governo de São Paulo, caso o socialista Márcio França e o petista Fernando Haddad disputem a eleição cada qual por seu partido, saiu da saia justa dizendo que “as coisas se fazem no seu devido tempo”. “Decidida a filiação, as conversas são partidárias”, disse.  “Acredito nos partidos. Grandes partidos como PSB e PT vão dialogar, buscar entendimento. Há locais em que vão se apoiar reciprocamente, há locais em que vão disputar legitimamente”, observou.

Pautas econômicas e fiscais

Ele foi questionado sobre como “moldar” o discurso com Lula sobre questões como o teto de gastos. “Não quero falar em nome do presidente Lula, mas a história dele é a história do debate, da busca de entendimento, de buscar conciliação. Não tenho dúvida de que nas grandes decisões ele vai dialogar procurando sempre buscar o melhor”, respondeu.

“Quanto à questão fiscal, se pegar a dívida sobre o PIB quando Lula entrou e quando saiu (do governo), você vai ver que é muito menor. Exemplo de responsabilidade fiscal. Fez a economia crescer, em 2010 cresceu 7,5%, e ao mesmo tempo melhorou a relação dívida-PIB. É importante retomar a atividade econômica. O desenvolvimento é o novo nome da paz”, disse, citando o papa Paulo VI.

Ainda sobre a questão fiscal, Alckmin disse que Lula não precisa “acalmar” o mercado. “Acho que é o contrário. O que todo mundo quer é que a economia cresça, que a gente tenha emprego, renda, que a economia volte plenamente a funcionar e que a população tenha melhor qualidade de vida. Esse é o desafio. Acho que é consolidar o processo democrático, retomar a atividade econômica geradora de emprego e recuperar as políticas públicas”, afirmou.

Negacionismo e pandemia

O ex-governador paulista comentou ainda a questão do negacionismo do governo Jair Bolsonaro ante a pandemia de covid-19. “É inacreditável, em pleno século 21, ter negacionismo de vacina, de vacina pra criança, num país que tem um dos melhores protocolos de imunização do mundo. Água tratada, vacina e antibiótico. Isso mudou o mundo. Uma pandemia dessa gravidade, um governo que devia liderar a politica de saúde, ter uma visão negacionista, é lamentável”, comentou o provável vice de Lula, que é médico.