Apoios de peso

Depois de Joaquim Barbosa, apoio a Lula ganha reforço de Celso de Mello, Nelson Jobim e Carlos Velloso

Manifestação de apoio de Ayres Britto, outro ex-ministro do STF, é esperada. Celso de Mello diz que Bolsonaro não tem “estatura presidencial”

Antonio Cruz/Agencia Brasil e Carlos Moura/STF
Antonio Cruz/Agencia Brasil e Carlos Moura/STF
Ex-ministros do STF, Nelson Jobim e Celso de Mello declararam apoio a Lula, ante a "mediocridade" de Bolsonaro

São Paulo – As declarações de apoio à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à presidência da República ganharam reforços de peso no meio jurídico. Nesta quarta (28), foram divulgados os apoios de Celso de Mello e Nelson Jobim, ex-ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Ontem, Joaquim Barbosa havia se manifestado na mesma direção, pedindo votos a Lula e fazendo duras críticas a Jair Bolsonaro (PL).

Por último, Carlos Velloso declarou apoio ao petista. A informação foi divulgada no início da tarde. “Diante das ameaças do candidato Bolsonaro contra o sistema eleitoral brasileiro, especialmente contra as urnas eletrônicas, reconhecidas aqui e no exterior como seguras e confiáveis, o que redunda em ameaça ao Estado Democrático de Direito, meu voto, no próximo domingo, será para o Lula”, explicou Velloso.

Em passado recente seria impensável que Barbosa, relator do mensalão no STF, saísse em defesa da eleição do ex-presidente em primeiro turno. Celso de Mello, que foi decano da “Suprema Corte”, afirmou que seu voto “será dado em favor de Lula no primeiro turno”. A campanha do petista aguarda agora que Ayres Britto, outro ex-ministro e ex-presidente do STF, também se manifeste ainda nesta quarta.

Segundo Andréia Sadi, do g1, a articulação para que Ayres Britto se posicionasse publicamente tem a participação do grupo Prerrogativas, que trabalhou também nos contatos para unir o ex-presidente e o ex-governador Geraldo Alckmin na mesma chapa.

O grupo tem ajudado na organização de encontros de apoio a Lula com empresários, como o realizado na noite de ontem. Segundo Sadi, foi Alckmin quem obteve o vídeo de apoio feito por Joaquim Barbosa.

A informação da declaração de Celso de Mello é de ontem, mas foi divulgada nesta quarta, primeiramente pela jornalista Vera Magalhães, do jornal O Globo. A declaração foi feita por escrito ao advogado Marco Aurélio de Carvalho, coordenador Prerrogativas.

“Mediocridade” de Bolsonaro

No texto, Mello classifica Jair Bolsonaro como “a constrangedora figura de um político menor, sem estatura presidencial , de elevado coeficiente de mediocridade, destituído de respeitabilidade política, adepto de corrente ideológica de extrema-direita que perigosamente nega reverência à ordem democrática, ao primado da Constituição e aos princípios fundantes da República”.