DEM deve expulsar Arruda, e PPS e PSDB abandonam base no DF

 Brasília – Pressionado internamente, o comando nacional do Democratas prepara a desfiliação e futuramente a expulsão do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM). Ao mesmo tempo, o PPS […]

 Brasília – Pressionado internamente, o comando nacional do Democratas prepara a desfiliação e futuramente a expulsão do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM). Ao mesmo tempo, o PPS e o PSDB se preparam para deixar a base aliada do governador.

Acusado de coordenar um suposto esquema complexo de corrupção, Arruda vai se explicar nesta segunda-feira (30) às 14h, à cúpula de seu partido sobre as denúncias. Ele passou este domingo telefonando para os colegas de partido.

As executivas nacional e no DF do PPS devem se reunir nesta terça-feira (1º) em Brasília para definir a questão e recomendar que o secretário de Saúde, Augusto Carvalho, peça exoneração do cargo.

“Existe um fato e denúncias. Contra fatos e denúncias o combate são fatos e não versões. É assim que funciona. Vamos dar ao governador o espaço que ele precisa para se explicar. Mas o clima de desconforto é grande. Aguardamos a defesa dele, mas grande parte do DEM pensa na desfiliação e até na expulsão”, disse à Agência Brasil o senador Demóstenes Torres.

Demóstenes contou que Arruda passou o domingo conversando, por telefone, com cada integrante da executiva nacional do DEM. Nas conversas, o governador tentou explicar as imagens em que aparece recebendo dinheiro do então assessor Durval Barbosa.

Segundo o senador, Arruda afirmou que as imagens são do período da sua campanha de 2006, quando recebia recursos para repassar aos que trabalhavam com ele. De acordo com as explicações do governador, tudo foi relatado ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e também ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

No Twitter, o líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), avisou que se for constatada irregularidade, haverá punição.

“O Democratas não vai se portar como o PT. Se houve erro, haverá punição de acordo com o que uma democracia prevê. O Democratas exige seriedade sempre. Não vamos empurrar nada para baixo do tapete. São denúncias graves”.

Outros líderes do DEM ouvidos pela Agência Brasil afirmaram que a tendência na legenda não é favorável a Arruda, mas que aguardam as explicações do governador para evitar possíveis injustiças.

Arruda e seu vice, Paulo Octávio, ambos do DEM, assessores do governo do Distrito Federal, deputados distritais e empresários estão no centro das denúncias investigadas pela Polícia Federal que apontam a existência de um suposto esquema de corrupção com superfaturamento de contratos, irregularidades em licitações e pagamentos de propinas.

Segundo as apurações da Polícia Federal, cerca de R$ 600 mil foram arrecadas de empresas privadas que mantêm contratos com o governo do Distrito Federal.

Depois de uma nota oficial, informando que aguarda as explicações de Arruda, o presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), disse à Agência Brasil que espera a reunião com o governador para manifestar-se. Os principais líderes do Democratas vieram a Brasília nos últimos dias para analisar o assunto. A questão foi potencializada com a divulgação de imagens nas quais Arruda aparece recebendo dinheiro supostamente destinado ao pagamento de propina.

PPS e PSDB deixam o barco

Integrante da executiva nacional do PPS, o deputado federal Raul Jungmann (PE) disse à Agência Brasil que não há condições de seu partido manter-se ao lado de Arruda. “Conversei muito com o presidente do partido, Roberto Freire, e ele me disse que não há condições de continuidade, no que eu concordo integralmente”.

De acordo com Jungmann, a executiva do PPS deve se reunir em Brasília até terça-feira para definir a questão. “É constrangedor também para o Augusto Carvalho, que é sério e tem uma história construída com ética”.

Arruda e seu vice, Paulo Octávio, ambos do DEM, assessores do governo do Distrito Federal, deputados distritais e empresários estão no centro das denúncias investigadas pela Polícia Federal, que apontam a existência de um suposto e complexo esquema de corrupção.

No esquema haveria superfaturamento de contratos, irregularidades em licitações e pagamentos de propinas. Segundo das apurações, cerca de R$ 600 mil foram repassados por meio de arrecadação de empresas privadas que mantêm contratos com o governo do Distrito Federal. Imagens de vídeo feitas pelos policiais mostram Arruda recebendo dinheiro.

A executiva nacional do PSDB vai recomendar a seus filiados Márcio Machado e José Humberto Pires que se afastem da equipe do governo. A posição oficial será definida apenas nesta terça. O presidente do partido, senador Sérgio Guerra (PE), disse à Agência Brasil que o PSDB “não pode participar de um governo que está envolvido em várias acusações e não pode esclarecê-las”.

Márcio Machado é secretário de Obras do governo Arruda e presidente do diretório regional do PSDB. José Humberto Pires ocupa a secretaria de Governo. Como está em Recife (PE), Sérgio Guerra afirmou que caberá a um dos vices-presidentes do partido, Cícero Lucena (PB) ou Marisa Serrano (MS), conversarem ainda hoje com os secretários.

O objetivo dos tucanos é evitar que as denúncias de corrupção no Distrito Federal, já chamada de mensalão de Brasília, possam contaminar de alguma forma a costura da aliança nacional para as eleições presidenciais de 2010. Guerra acredita que esse é um problema circunscrito ao governo Arruda e à capital federal.

Com informações da Agência Brasil