Em meio a pedidos de impeachment, deputados do DF respondem por quebra de decoro

(Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil) Dois advogados protocolaram nesta terça-feira (1º) pedidos de impeachment do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM). A bancada do PT na Câmara Legislativa promete […]

(Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil)

Dois advogados protocolaram nesta terça-feira (1º) pedidos de impeachment do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM). A bancada do PT na Câmara Legislativa promete pedir, nesta quarta-feira (2) um pedido de afastamento semelhante, mas incluindo também o vice, Paulo Octávio. Movimentos sociais prometem apoiar o pedido de afastamento, além de organizar um abaixo-assinado para pressionar nesse sentido.

Os documentos apresentados pelos advogados foram encaminhados à presidência da Câmara Legislativa do DF. A Procuradoria da Câmara vai apresentar um parecer sobre os pedidos até a quinta-feira (3). Se os pareceres forem favoráveis à abertura de um processo de afastamento de Arruda, eles serão em plenário e analisados pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Já no pedido da bancada do PT, deputados citados nas denúncias que ocupam a presidência da Casa, da Comissão de Constituição e Justiça, Ouvidoria e Corregedoria devem ser incluídos.

A reunião em que se definiu a estratégia da oposição teve a presença de dirigentes e parlamentares do PT, PSOL, PDT, PCdoB, PSB, PSTU, Partido Pátria Livre, CUT, sindicatos, entidades estudantis, entre outras.

As entidades prometem um protesto na próxima semana, para iniciar um abaixo-assinado pedindo apuração das denúncias e afastamento dos envolvidos.

Cerca de 100 pessoas ligadas ao PSOL, PT, a sindicatos e a movimentos estudantis promovem, em frente à residência oficial do governador Arruda, um protesto pacífico. Com faixas onde se lê “Fora Arruda!”, panetones, meias e cuecas, eles apostam no bom humor e obtém o apoio de motoristas que passam pelo local.

Encaminhamento

Na tarde desta terça, os deputados estão em reunião para definir como investigar o caso. Antes do encontro, o presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, Leonardo Prudente, afirmou que permanece no cargo, mas que serão abertos processos por quebra de decoro parlamentar para investigar todos os envolvido no caso, inclusive ele.

Os outros distritais citados na operação da PF são: Junior Brunelli (PSC) e a líder do governo na Casa, Eurides Brito (PMDB) – que aparecem em vídeo recebendo dinheiro – além deles Rogério Ulysses (PSB), Airton Gomes (PMN), Benício Tavares (PMDB), Rôney Nemer (PMDB), os suplentes Pedro do Ovo (PRB) e Berinaldo Pontes (PP).

Rogério Ulysses informou, por meio de nota, que se afastou da presidência da CCJ. A decisão é uma tentativa de evitar qualquer tipo de constrangimento durante as investigações da PF. Ele afirmou ainda que está disposto a abrir seus sigilos bancário, fiscal e telefônica para colaborar com a investigação.

CPI

O deputado Reguffe (PDT) anunciou que começou a coletar assinaturas para criar Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o esquema de desvio de recursos públicos denunciado pela operação “Caixa de Pandora”, da Polícia Federal.

Segundo Reguffe, os quatro petistas da Câmara se comprometeram a assinar o requerimento. São necessárias no mínimo oito assinaturas para a comissão poder ser iniciada. “Será uma vergonha se não instalarmos essa CPI”, disse Reguffe.

Para o pedetista, mesmo os deputados acusados devem assinar o pedido de criação da CPI: “Eles devem primar por uma investigação profunda”. Reguffe aproveitou a ocasião para elogiar a mobilização da sociedade civil. “Não podemos aceitar calados, as denúncias são muito graves”, afirmou.

Chantagem

Prudente foi filmado colocando dinheiro nas meias num vídeo da Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal (PF). Sem citar nomes, ele se disse vítima de chantagem e que os recursos foram doações não declaradas à Justiça Federal para a sua campanha de 2006.

“Fui vítima de chantagem. Recebi o dinheiro para minha campanha eleitoral de 2006 e guardei nas minhas vestimentas por uma questão de segurança, já que não uso pasta”, disse.

Apesar de admitir ter feito caixa 2 na campanha, Prudente afirmou ainda que não irá se afastar da presidência da Casa, porque a “gestão da Câmara não está sendo questionada”.

Com informações da Agência Brasil

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