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CUT espera transparência, renda básica, salário mínimo, correção da tabela do IR e recuperação de direitos

Direção da central também cobra investigação e punição para crimes do atual governo. E afastamento dos militares da vida política do país

Roberto Parizotti/CUT
Roberto Parizotti/CUT
Sérgio Nobre, presidente da CUT: momento de resgate de direitos subtraídos desde 2016 e superação da fome 'que voltou a assombrar o país'

São Paulo – A executiva nacional da CUT divulgou nota nesta sexta-feira (11) para afirmar que, a partir de 1º de janeiro, a chegada de um novo governo será momento de recuperar direitos, fortalecer a democracia e reconstruir o país. Com “uma proposta de desenvolvimento sustentável com inclusão social e distribuição de renda”.

“A CUT tem um papel fundamental a desempenhar no processo de reconstrução do Brasil, a partir da organização e mobilização dos trabalhadores e trabalhadores para garantir a manutenção de uma política robusta de renda básica, a retomada política de valorização do salário mínimo, a revisão da tabela do imposto de renda e o resgate dos muitos direitos que foram retirados desde 2016 e superação da fome que voltou a assombrar o país”, afirma a entidade, que fala ainda em “reorganização sindical”.

Entre as medidas citadas, a central destaca a “reforma” administrativa ainda em tramitação (Proposta de Emenda à Constituição 32), privatizações em andamento e o chamado teto de gastos (Emenda Constitucional 95), além do orçamento secreto. Tudo isso, afirma a CUT, precisa ser superado “em favor de uma política de participação popular, fortalecimento da ação do Estado e inclusão social com o fortalecimento do SUS e da educação pública”.

Transparência e punição

Além das questões para o próximo governo, a entidade quer transparência e punição para o atual. E cobra, por exemplo, o fim dos sigilos de 100 anos decretados pelo presidente da República. “Cobraremos a investigação e a punição dos responsáveis por todos os crimes cometidos à frente do executivo federal nesta gestão e denunciaremos o processo de destruição do Estado e das políticas públicas legado por este governo”, afirma a direção da CUT.

“Precisamos assegurar que aqueles que atentaram contra a democracia e o processo eleitoral sejam devidamente responsabilizados para que não se repitam os casos de assédio e desrespeito às leis eleitorais”, acrescenta a central. Que também pede às Forças Armadas que “abdiquem” de interferir na vida política. Da mesma forma, “as forças auxiliares da segurança pública devem limitar-se suas competências e subordinação institucional, assim como nos posicionamos favoráveis a retomada da política de desarmamento”.