São Paulo – O Gabinete de Transição do futuro governo Lula, liderado pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), anunciou nesta quinta-feira (10) uma lista com nove médicos e pesquisadores que comporão um conselho consultivo na área da saúde. O comando da equipe será do cardiologista Roberto Kalil Filho, médico do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Outro nome conhecido que vai auxiliar na transição é o oncologista e divulgador científico Drauzio Varella.

Com o gesto, Lula busca se distanciar, desde o governo de transição, da postura negacionista adotada pelo governo do atual presidente, Jair Bolsonaro. Além de Kalil e Drauzio, o conselho consultivo conta ainda outros destaques na área médica.

Confira a lista:

• Giovanni Guido Cerri, da Faculdade de medicina e Hospital das Clínicas da USP
• Miguel Srougi, da Faculdade de Medicina na USP, Academia Nacional de Medicina e do Instituto Criança e Vida
• Carlos Roberto Ribeiro de Carvalho, da Faculdade de Medicina e Hospital das Clínicas da USP
• Fábio Biscegli Jatene, da Faculdade de Medicina e Hospital das Clínicas da USP e da Academia Nacional de Medicina
• Claudio Lottenberg, do Hospital Israelita Albert Einstein e Coalizão Saúde
• José Medina Pestana, da Universidade Federal de São Paulo, Hospital do Rim
• Linamara Rizzo Battistella, da Faculdade de Medicina e Hospital das Clínicas da USP,  Organização Pan-americana de Saúde (Opas)

Prioridades

O grupo técnico da transição na Saúde é composto por ex-ministros da pasta, sob comando do senador Humberto Costa (PT-PE). Ele será auxiliado por José Gomes Temporão, que sucedeu Costa no ministério durante os governos Lula. O deputado Alexandre Padilha e Arthur Chioro, ministros da Saúde nos governos Dilma, também participarão. O médico David Uip, ex-secretário do governo de São Paulo, também foi chamado a compor a equipe.

Assim, auxiliado pelo conselho consultivo, o grupo deve fazer um diagnóstico dos principais desafios na área da saúde. Após a posse de Lula, o novo governo pretende lançar uma campanha intensa de vacinação.

Uma das preocupações é com a queda da cobertura vacinal contra a poliomielite. Até o momento, apenas 72,57% das crianças na faixa etária elegível estão vacinadas, quando a meta estabelecida era de 95%. Nesse sentido, a baixa adesão é resultado do discurso antivacina empunhado por Bolsonaro nos últimos anos.

Outro plano do novo governo, ainda não detalhado, é retomar o programa Mais Médicos, para levar profissionais para unidades de saúde das periferias ou distantes dos grandes centros.