8 de janeiro

CPI dos atos golpistas do DF convoca general Heleno e GDias

Deputados distritais também vão ouvir o ex-chefe do Comando Militar do Planalto, uma das líderes dos atos golpistas e ex-auxiliar de Anderson Torres

Marcos Corrêa/PR e GSI/Divulgação
Marcos Corrêa/PR e GSI/Divulgação
Heleno deveria prestar depoimento na semana passada, mas acabou cancelando na véspera

São Paulo – A CPI dos Atos Antidemocráticos na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) aprovou nesta quinta-feira (27) a convocação dos generais Augusto Heleno e Gonçalves Dias. Ambos comandaram o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI). A comissão também convocou o general Gustavo Henrique Dutra, ex-chefe do Comando Militar do Planalto. Os militares irão depor na condição de testemunhas. Os deputados, porém, ainda não definiram as datas dos depoimentos.

Heleno, Dutra e Dias já haviam sido convidados a depor na comissão, mas os deputados distritais decidiram mudar o requerimento para exigir a presença dos generais. No caso de Heleno, que comandou o GSI durante o governo Bolsonaro, uma falha burocrática da CPI acabou transformando a convocação em convite.

Ele deveria prestar depoimento na semana passada. Um dia antes, no entanto, desistiu, alegando “conselho de amigos” e advogados a não comparecer. Agora, não poderá mais utilizar a mesma artimanha, porque a convocação tem caráter obrigatório.

Gonçalves Dias, por outro lado, foi indicação de Lula e comandava o GSI durante os atos de 8 de janeiro, quando bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes. GDias pediu demissão na semana passada, após divulgação de imagens suas circulando no Palácio do Planalto no dia da invasão. Até aquela data, no entanto, Dias ainda não havia substituído a equipe do GSI, majoritariamente composta por bolsonaristas indicados por Heleno, seu antecessor.

Mais convocados

Além dos militares, a CPI dos atos golpistas aprovou a convocação de Ana Priscila Azevedo, presa desde 10 de janeiro, apontada como uma das organizadoras dos atos terroristas em Brasília. No dia da invasão, ela apareceu ao lado de outros radicais comemorando a depredação dos locais.

Os deputados distritais também aprovaram a reconvocação da ex-subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP) e ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça Marília Ferreira Alencar. O Supremo Tribunal Federal (STF) investiga Marília por suposta participação na operação que tentou obstruir a participação de eleitores do Nordeste no segundo turno das eleições do ano passado.

Em depoimento à PF, na semana passada, ela afirmou que apresentou diretamente ao ex-ministro um mapeamento de inteligência sobre o resultado do primeiro turno das eleições. No entanto, negou ter participado da operação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) contra os ônibus que levavam eleitores no dia da votação.