sem chance

Tentativa de palanque da oposição, CPI do 8 de janeiro no Senado morre antes de nascer

Comissão não interessava a Lula nem ao presidente do Senado, pois daria palco ao bolsonarismo e desviaria foco das dicussões no Congresso

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Marcelo Camargo/Agência Brasil
“Conforme mencionado, o requerimento foi apresentado na legislatura passada", diz Pacheco

São Paulo – A CPI do 8 de janeiro no Senado morreu antes de nascer. A pressão governista na Casa, com apoio do próprio presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG), deu resultado e nove senadores retiraram seus nomes da lista de apoiadores. Entre eles, o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Humberto Costa (PT-PE), Leila Barros (PDT-DF) e Fabiano Contarato (PT-ES). Com isso, a comissão fica com apenas 15 senadores que ratificaram o posicionamento de pedir a instalação da CPI.

Autora do requerimento da CPI, a senadora Soraya Thronicke (União-MS) contava assinaturas de 38 senadores – o mínimo exigido é de 27. Mas com o fim da legislatura em janeiro, Pacheco argumentou que Soraya precisava reunir novamente os apoios, o que ela não conseguiu.

Pacheco teria feito uma consulta ao ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do mandado de segurança pedido por Soraya à Corte. Desse modo, Gilmar considerou que seria necessário reunir as novas assinaturas.

“Conforme mencionado, o requerimento foi apresentado na legislatura passada, e há disposições regimentais, cuja interpretação impedem seu prosseguimento automático, na forma pretendida pela senadora impetrante, a demonstrar, portanto, que a segurança há de ser denegada”, afirma Pacheco em documento enviado ao STF.

Palco bolsonarista

A CPI não interessava ao governo, já que todas as investigações sobre o 8 de janeiro estão sendo feitas pelo Ministério Público Federa, STF e Polícia Federal, entre outros órgãos. A CPI só interessava ao bolsonarismo, para conturbar as investigações e ganhar um palco e disseminar informações discrepantes delas.

A CPI do 8 de janeiro comandada pela oposição não interessava ao governo, já que todas as investigações caminham via Ministério Público Federa, STF e Polícia Federal, entre outros órgãos. A CPI só interessava ao bolsonarismo, para conturbar as investigações e ganhar um palco e disseminar informações discrepantes delas.

Agora, o governo precisa inviabilizar também a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre o tema, que os bolsonaristas querem abrir envolvendo as das Casas. A CPMI já ultrapassou o número de parlamentares exigidos, que é de 181 deputados e 27 senadores. Já tem 193 deputados e 37 senadores.