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Congresso democrático

Congresso da UNE começa com presenças marcantes de Barroso e Dino

A presença de Barroso provocou polêmica no congresso da UNE. Sob vaias de alguns presentes, também sofreu críticas de bolsonaristas. Entenda

Divulgação/UNE
Divulgação/UNE
“Todo mundo aqui é contra o fascismo, contra o golpismo e contra a extrema direita"

São Paulo – Começou hoje (13) o 59° Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), em Brasília. O evento ocorre até domingo (16) e promete reunir mais de 10 mil estudantes em todo o país. Neste primeiro dia, destaque para a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele participará, no início da noite, de uma palestra ao lado do ex-presidente do Uruguai José Pepe Mujica. Antes disso, o dia ficou marcado por eventos que contaram com o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), e do ministro da Justiça, Flávio Dino.

“Todo mundo aqui é contra o fascismo, contra o golpismo e contra a extrema direita. Todo mundo defende a educação pública gratuita de qualidade para todos no Brasil. Todos são contra a discriminação dos negros, das mulheres e da comunidade LGBT”, disse Dino. Os convidados reforçaram o compromisso da sociedade civil em defesa da democracia, duramente atacada pelo grupo político do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Polêmicas com Barroso

Já a presença de Barroso contou com polêmicas. Muitos presentes vaiaram o ministro. Barroso coleciona algumas decisões contrárias ao presidente Lula, durante o processo de lawfare tocado pela Justiça Federal do Paraná, sob ações tendenciosas de Sergio Moro. Então, muitos não perdoaram Barroso. Contudo, Dino salientou que o espaço é de democracia. Mesmo a direção da UNE comemorou a presença dele. Pela primeira vez, um ministro da Corte participou de um encontro da UNE.

Também vale lembrar a relatoria de Barroso que trouxe à legalidade o casamento entre pessoas LGBTQIAP+. A pauta é cara ao ministro, que apresenta posições progressistas em defesa dos direitos humanos de todos.

Então, a presidenta da UNE, Bruna Brelaz, reforçou o valor do diálogo. Ela lembrou que o inimigo da democracia ganhou corpo em Bolsonaro e seus aliados radicais. “Hoje, recebemos pela primeira vez desde a redemocratização um ministro do STF em nosso Congresso. Ao lado de Barroso reafirmamos nosso compromisso com a democracia e nos posicionamos em defesa da prisão de todos aqueles que atentaram ao estado democrático recentemente, principalmente, o que foi o principal arquiteto deste ataque: Jair Bolsonaro”, disse.

Palavra do ministro no congresso da UNE

Barroso falou sobre as vaias. Em um momento polêmico, chegou a dizer que “nós derrotamos o bolsonarismo”. A fala provocou reações dos radicais que apontam parcialidade do magistrado. Contudo, o histórico de Barroso não evidencia tendência. Então, bolsonaristas começaram a pedir impeachment. Por outro lado, aliados do presidente não hesitaram em apontar que a saída fictícia de Barroso não faria mal ao petista. Ao contrário, além de Barroso colecionar decisões contrárias à cúpula do partido, Lula teria mais uma vaga para indicar ao Supremo.

“Eu continuo a dizer pelos meus sonhos de juventude, enfrentar a pobreza, a desigualdade abissal que existe nesse país e ser capaz de construir argumentos democráticos em favor do bem e da justiça contra a intolerância”, disse Barroso. “Eu venho do movimento estudantil. De modo que nada que está acontecendo aqui me é estranho. Já enfrentei a ditadura e já enfrentei o bolsonarismo. E mais que isso, fui eu que consegui o dinheiro da enfermagem porque não tinha dinheiro. Não tenho medo de vaia porque temos um país para construir”, completou.