São Paulo – O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) Guilherme Boulos (Psol) deve assumir a coordenação-geral da pré-campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República no estado de São Paulo. Pré-candidato a deputado federal, ex-candidato a presidente em 2018 e a prefeito de São Paulo em 2020, Boulos terá a missão de fortalecer a mobilização popular em São Paulo e aproximar Lula das bases sociais. A informação é da jornalista da Folha de S.Paulo Mônica Bergamo.

A decisão, segundo a colunista, foi definida na segunda-feira (11). De acordo com a informação, não haverá “papel formal” junto à pré-campanha de Fernando Haddad (PT) para o governo de São Paulo. Porém, Boulos deve naturalmente atuar na propagação da campanha do ex-prefeito para o Palácio dos Bandeirantes.

Politicamente, a ida de Boulos para a coordenação da campanha em São Paulo é também uma tentativa de apaziguar o Psol, cujo presidente, Juliano Medeiros, afirmou no sábado que o partido terá candidato ao Senado por São Paulo. Segundo O Globo, em reunião na própria segunda-feira, Haddad, Medeiros, Boulos e Lula, além de Gleisi Hoffmann, presidente do PT, conversaram sobre a chapa no estado. Participou da reunião ainda, de acordo com o jornal, o presidente do diretório do PT paulista, Luiz Marinho.

A decisão sobre Boulos amplia o caráter suprapartidário do comando da campanha. Isso porque, no início do ano, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) aceitou convite para participar da coordenação nacional de campanha de Lula, abrindo mão de disputar o governo do Acre.

A questão do vice em São Paulo

Depois de oficializada a desistência de Márcio França (PSB) ao governo de São Paulo e o anúncio de que o ex-governador vai disputar a vaga de senador para apoiar Haddad (PT), o Psol só teria espaço na chapa como vice para o governo estadual. Boulos também deixou a disputa pelo Palácio dos Bandeirantes para apoiar Haddad e disputar uma vaga na Câmara. O PT ainda discute a questão do vice estadual. Um dos cotados é o ex-prefeito de Campinas Jonas Donizette (PSB).

Pesquisa Genial/Quaest em São Paulo divulgada no dia 7 mostra Haddad na liderança. Sem França na disputa, o petista aparece com 35% e 38% em dois cenários. Para o Senado, o estudo tem o ex-governador Márcio França na liderança, com 27% das intenções de voto.