Apesar de divisões no PDT, Lupi reafirma apoio do partido ao governo Dilma

Lupi teve pelo menos duas reuniões com a presidenta Dilma Rousseff após a divulgação das denúncias (Foto: Marcello Casal Junior/ Arquivo Agência Brasil) São Paulo – O PDT promove, nesta […]

Lupi teve pelo menos duas reuniões com a presidenta Dilma Rousseff após a divulgação das denúncias (Foto: Marcello Casal Junior/ Arquivo Agência Brasil)

São Paulo – O PDT promove, nesta terça-feira (22), uma reunião de lideranças para discutir o futuro do ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi. No alvo de acusações de irregularidades envolvendo a pasta, o presidente licenciado do PDT assiste a rachas internas que dificultam e podem comprometer sua permanência no posto. Nesta segunda-feira (21), ele disse estar pronto para responder aos questionamentos do partido. E reafirmou que a legenda apoia o governo da presidenta Dilma Rousseff com ou sem cargo no primeiro escalão da Esplanada dos Ministérios.

“Estou pronto para a luta”, avisou, depois de participar de evento na sede do ministério no Rio de Janeiro. “Não temo perder o ministério. O partido não teme perder o ministério. O ministério é da presidenta Dilma Rousseff, e o PDT apoia o governo”, disse Lupi, em evento no Rio de Janeiro.

O presidente em exercício, deputado André Figueiredo (CE), e outros deputados têm indicado que Lupi não tem apoio de parte da legenda. Desde o surgimento de denúncias, pedetistas ensaiam uma crise interna e, na semana passada, tornaram-se públicos e mais intensos os pedidos para Lupi deixar o cargo, e o PDT “devolver” o ministério, sem indicar substituto.

No início do mês, foram publicadas acusações de pagamento de propinas em convênios firmados entre a pasta e ONGs. Pelo menos um funcionário chegou a ser afastado, enquanto Lupi agia para desqualificar as denúncias. Convocado pela Câmara, ele afirmou não conhecer Adair Meira, diretor de organizações com contratos supeitos. Na semana seguinte, foram divulgadas imagens de Lupi um avião particular em um voo de 2009 com destino ao Maranhão. O episódio tornou-se central em outra audiência, dessa vez no Senado.

Lupi teve pelo menos duas reuniões com Dilma Rousseff desde a eclosão das denúncias. Embora a presidenta tenha negado publicamente a existência de uma crise, as informações são de que ela pediu o esclarecimento rápido das acusações. Ele foi mantido no posto apesar de ter dito, inicialmente, que só deixaria o cargo “à bala” e desagradado o Palácio do Planalto.

Desde o início Lupi rechaça a hipótese de ser “a bola da vez” na investida da velha mídia contra ministros do governo Dilma. Desde junho, seis membros do primeiro escalão da gestão deixaram seus postos – cinco deles após acusações de corrupção ou irregularidades envolvendo as pastas por eles comandadas.

Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes), Wagner Rossi (Agricultura), Pedro Novais (Turismo) e Orlando Dias (Esporte) caíram nesse contexto. Nelson Jobim (Defesa) foi o único a deixar o posto por desgaste político. Uma reforma ministerial é esperada para o início de 2012, em função das eleições municipais e de eventuais insatisfações de Dilma com a condução do governo.

Com informações da Reuters e da Agência Brasil