Nesta terça

Jornalistas fazem ato em defesa da democracia e debate sobre voto evangélico

Dois eventos distintos têm as eleições de domingo como tema principal. Live do Barão de Itararé avalia o peso da “pauta de costumes” junto à população. Entidades alertam para ameaças de Bolsonaro ao jornalismo do país

Thiago dos Anjos/BdF-MG
Thiago dos Anjos/BdF-MG
"Muitas pessoas afirma, que chegaram a pensar que estavam ficando loucas, por não concordarem com a apologia bolsonarista de seus pastores"

São Paulo – A relevância nestas eleições do voto evangélico e a defesa do jornalismo e da democracia são temas de dois eventos, organizados por entidades de jornalistas relacionados às eleições de domingo (2) que serão realizados na noite desta terça-feira (27). O primeiro deles, pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, avaliará em que proporção a população evangélica está no centro do debate eleitoral deste ano. Isso em razão da sua relevância numérica e, principalmente, por ser por ela que a extrema direita se aproveita da chamada pauta de costumes para implementar sua agenda ultraconservadora.

A organização do debate avalia que as eleições deste ano podem ser definidas como “um plebiscito entre a civilização e a barbárie”. “(A população evangélica foi) decisiva em 2018, na eleição que alçou o fascista Jair Bolsonaro ao poder impulsionada por uma impiedosa máquina de mentiras e desinformação fortemente calcada em temas como costumes e religião, a escolha eleitoral de milhões de brasileiros pode não estar selada como antes”, afirma o Barão, em nota.

Três especialistas participarão do debate sobre o voto evangélico, que terá transmissão on-line, a partir das 18h. A pastora da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil e secretária-geral do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), Romi Bencke; o sociólogo e líder ecumênico metodista Anivaldo Padilha; e o repórter autor do livro O Reino – A história de Edir Macedo e uma biografia da Igreja Universal, vencedor de 10 prêmios de jornalismo pelo conjunto de sua obra, Gilberto Nascimento.

Jornalismo e democracia

Já o segundo evento da noite destaca o aumento da violência contra jornalistas durante o governo Bolsonaro, além das constantes ameaças do presidente à democracia. A organização cita “agressões, ataques físicos e virtuais e tentativas de censura e intimidação contra as e os jornalistas, especialmente durante o período eleitoral”.

O ato será realizado no Auditório 239 – Professor Paulo Barros de Carvalho da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), sediada no bairro de Perdizes, zona oeste paulistana. “As entidades jornalísticas e organizações que defendem a liberdade de imprensa e os direitos humanos convocam ato unificado em defesa das e dos profissionais de imprensa e da democracia”, afirmam.

Entre as entidades envolvidas, além do Barão, estão: Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP), Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Associação de Jornalismo Digital (Ajor), Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Repórteres sem Fronteiras (RSF), Instituto Vladimir Herzog, Associação Profissão Jornalista (ApJor), Intervozes, Centro Acadêmico Vladimir Herzog e Centro Acadêmico Benevides Paixão.

Durante o ato, cada entidade apresentará dados sobre a violência contra a imprensa no país. Também está programada a leitura de um manifesto unificado em defesa do livre exercício do jornalismo. O evento contará ainda com a participação de representações de entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); Grupo Prerrogativas; Grupo Tortura Nunca Mais; Comissão de Justiça e Paz; Condepe – Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana.


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