Alianças

Marcelo Freixo defende fiscalização da Marinha para barrar entrada de armas no Rio

Candidato do PSB ao governo disse que quer construir convênio com Marinha, PRF e polícias Civil e Militar para ampliar fiscalização e ações de inteligência

Reprodução/Youtube
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Diferenças com Cesar Maia "são mínimas, perto do que a gente tem em comum", diz Freixo

São Paulo – Em entrevista ao portal g1 nesta terça-feira (23), o candidato pelo PSB ao governo do Rio de Janeiro, Marcelo Freixo, afirmou que sua aliança com o ex-prefeito Cesar Maia (PSDB) é necessária no cenário de um país governado por Jair Bolsonaro (PL). Ele comparou essa união no estado com a formação da chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSB) para disputar a Presidência da República.

“Lula e Alckmin estão juntos, e é uma necessidade que estejam”, disse Freixo. “O que mudou foi o Brasil.” Para ele, as diferenças com Cesar Maia “são mínimas, perto do que a gente tem em comum: defesa da democracia, da educação pública, valorização do servidor, colocar o Rio de pé e virar essa política de governadores presos. Precisamos romper com esse establishment que crime não se separa de política (no Rio de Janeiro)”.

Todos os cinco ex-governadores que foram eleitos no Rio de Janeiro e estão vivos já foram presos. São eles Moreira Franco, Sérgio Cabral, Luiz Fernando Pezão, Rosinha Garotinho e Anthony Garotinho.

Último eleito no estado, o ex-governador Wilson Witzel sofreu um processo de impeachment no ano passado e foi deposto. Em 2018, ele participou de ato político em que o hoje deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) e o então futuro deputado estadual Rodrigo Amorim (PSL) exibiram uma placa em homenagem à vereadora Marielle Franco (Psol) destruída. Marielle havia sido assassinada em 14 de março daquele ano.

Descriminalização das drogas

Freixo foi questionado sobre por que mudou sua posição sobre a descriminalização das drogas, que ele apoiava e agora é contra. Ele diz que o que mais ouve nas regiões pobres do Rio é “aqui tem muita droga, arma, tiro e violência”.

Questionado se sua mudança de ideia sobre as drogas é “oportunismo”, respondeu que foi por “escutar a sociedade”. “Não podemos dividir a sociedade mais do que já está”, justificou. O deputado federal e candidato ao Palácio Guanabara se disse contra “qualquer assunto que divida ainda mais a sociedade”. “É um momento de união e de diálogo.”

Segurança pública

Freixo afirmou que, a política de segurança pública requer mais treinamento e inteligência e eficiência. Tanta para a redução de homicídios quanto da letalidade policial. Acrescentou ser a favor do “tratamento de dependente químico”.

Ainda na área de segurança, Marcelo Freixo diz que pretende fazer um convênio com a Marinha para fiscalizar a Baía de Guanabara, por onde entra boa parte das armas clandestinas no estado. Também por convênio, defendeu contar com a Polícia Rodoviária Federal para fiscalizar estradas contra o tráfico de armas e drogas. Sua ideia, acrescentou na entrevista, é de integração: implementar um centro de inteligência unindo as polícias Militar, Civil e Rodoviária, além das Forças Armadas e Polícia Federal.

O candidato garantiu que as dificuldades na aliança com o PT e dentro do próprio PSB estão superadas. Ele mencionou uma aliança ampla no estado em torno de seu nome e o de Lula, algo que “nunca aconteceu na história do Rio de Janeiro”. “A lei permite, e temos dois candidatos (ao Senado).” Alessandro Molon (PSB) e André Ceciliano (PT) são os postulantes à única vaga ao Senado em 2022.