Brasília e Ceará

Aliança entre PT e PDT é dada como encerrada no Ceará. Convenção oficializa Ciro Gomes à Presidência

Segundo o PT, ao definir candidato de Ciro e Carlos Lupi ao governo estadual, o PDT escolheu rompimento “unilateral”

Fotos: Divulgação e José Cruz/ABr (Ciro Gomes)
Fotos: Divulgação e José Cruz/ABr (Ciro Gomes)
PDT escolhe Roberto Cláudio (à esq.) ao governo, enquanto PT preferia Izolda, candidata do ex-governador Camilo Santana

São Paulo – O PDT realiza nesta quarta-feira (20), em Brasília, de forma híbrida (presencial e virtual), a convenção nacional para oficializar a candidatura de Ciro Gomes (CE) à Presidência da República. O ex-ministro e ex-governador será o primeiro pré-candidato ao Palácio do Planalto a ser confirmado. A legenda, porém, ainda não definiu o nome que ocupará a vaga de vice-presidente na chapa, já que não foi formalizada aliança com outros partidos.

As opções pedetistas são, no momento, escolher um nome da própria agremiação, fechando uma chapa “puro sangue”, ou postergar essa definição e o registro da candidatura no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tentar negociar uma eventual coligação.

No Ceará, se não houver uma reviravolta improvável, a aliança entre PT e PDT é dada como encerrada para a disputa do governo estadual. Ao definir, unilateralmente, o ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT) como o candidato a governador, em detrimento da atual governadora, Izolda Cela (PDT), o partido de Ciro Gomes optou por um rompimento “unilateral”, segundo os petistas.

Roberto Cláudio, ex-prefeito da capital, foi escolhido pelo PDT, em votação interna, por 55 votos a 29 nesta segunda-feira. Ele era o candidato preferido pelo presidente da legenda, Carlos Lupi, e pelo pré-candidato da agremiação ao Palácio do Planalto, Ciro Gomes. O PT e o ex-governador Camilo Santana (PT) apoiavam Izolda.

Os dois partidos estavam unidos no Ceará em uma aliança de 16 anos. Pelo Twitter, o PT informou que realiza “agenda de articulações para definir candidato a governo do Ceará” (e também a nova estratégia eleitoral) desde esta terça-feira (19).

Camilo lidera para o Senado

Izolda foi vice de Camilo Santana e assumiu o posto quando ele se desincompatibilizou para tentar uma vaga ao Senado. O ex-governador deve conquistar a vaga com facilidade. Segundo pesquisa Vox Populi/CartaCapital divulgada na última sexta-feira (15), ele tem 68% das intenções de votos, seguido de muito longe por Pastor Paixão (PTB), com 4%.

Além de dizer que a escolha de Roberto Cláudio representa um “rompimento tácito e unilateral da aliança”, o PT afirma que defendeu “uma ampla aliança” para as eleições de 2022 no estado. A proposta petista era de “uma candidatura ao governo capaz de unir toda a base de sustentação do governo Camilo/Izolda, reconhecendo inclusive a primazia do PDT na escolha do nome, reivindicando, apenas e tão-somente, um amplo diálogo”.

Segundo o partido, “o PDT se fechou em copas” e “tratou todas as tentativas de diálogo prévio à sua escolha como intromissão indevida”. Ignorou inclusive as manifestações públicas de preferência de partidos aliados no estado, MDB, PP, PV e PC do B. Três deputados federais do PT são cotados para assumir a candidatura ao Palácio da Abolição: José Guimarães, José Airton Cirilo e Luizianne Lins.

Camilo Santana e Ciro Gomes sempre foram aliados e Camilo sempre recebeu elogios de Ciro. Mas, recentemente, o pré-candidato à Presidência da República afirmou não ter mais certeza se Santana é “nosso aliado”.

Convenções que definem os candidatos à Presidência já confirmadas: